quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Processo de cassação de Eduardo Cunha só terá início no fim do mês


O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo (PSD-BA), sinalizou nesta quarta-feira (13) que não vai dar andamento ao processo de cassação do mandato do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), antes do dia 27 de outubro. Sob argumentos de prazos e quórum, Araújo nega que seja uma medida protelatória. Ao contrário, afirmou que não permitirá procrastinação. O deputado entregou, no fim da tarde desta quarta, a representação que pede a cassação de Cunha à Mesa Diretora da Casa. A partir de hoje, começam a contar os três dias de prazo para que o documento retorne ao Conselho de Ética. Recebida a representação, não há data para que José Carlos Araújo convoque a primeira sessão do Conselho de Ética. Contudo, ele já afirmou que o fará em, no máximo, 48 horas, o que seria até quinta-feira da próxima semana. Contudo, alegando que quinta é normalmente um dia esvaziado na Casa, Araújo descartou a hipóteses de dar início ao processo antes do dia 27 de outubro: "Tenho que colocar para a próxima terça que tem todos os presentes. Não posso colocar em risco". Ele destacou que o processo de cassação tem até 90 dias para transcorrer, mas que se puder ser acelerado, assim ocorrerá: "Acredito que está mais propenso a acabar este ano, porque é um processo do qual a sociedade reclama e o Conselho de Ética não quer ficar com esse problema na mão. Quanto mais rápido resolver, melhor". Questionado se o fato de mentir em CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) é motivo para cassar um deputado, Araújo destacou que já houve parlamentar que perdeu o mandato por esse motivo. Em março, ao depor espontaneamente na CPI da Petrobras, Eduardo Cunha negou que tivesse contas no Exterior em seu nome. Autor da representação que pretende cassar o mandato de Cunha, o PSOL continua a colher assinaturas de apoio ao pedido. Até o fim da tarde desta quarta, já havia 52. Originalmente, 46 deputados assinaram. Desses novos, um é do PSDB, o deputado Max Filho (ES). Adversário político de Eduardo Cunha, o deputado negou ter sido procurado por ele e também pelo ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, com quem o presidente da Câmara conversou nos últimos dias: "Vamos proceder como com qualquer um. Com total isenção e lealdade, fazendo Justiça. O Eduardo Cunha é presidente aqui nesta Casa. Lá (o Conselho de Ética), o presidente sou eu. Não conheço essa palavra 'acordo'. No Conselho de Ética não tem isso".

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