segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Macri surpreende Scioli e Argentina terá segundo turno

O candidato Maurício Macri, sua mulher Juliana Awada e sua filha Antonia
O conservador Mauricio Macri surpreendeu na eleição presidencial deste domingo na Argentina ao obter um empate virtual com o favorito Daniel Scioli, candidato apoiado pela presidente Cristina Kirchner. Os dois disputarão o segundo turno no dia 22 de novembro, algo inédito na política do país. Quando muitos acreditavam que a vitória de Scioli era praticamente certa, a sede da campanha de Macri explodiu em aplausos quando foi anunciado que o conservador estava em primeiro lugar, superando o candidato governista nos primeiros números da apuração da Junta Nacional Eleitoral. Nenhum candidato conseguiu 45% dos votos ou 40% com uma vantagem de 10 pontos sobre o segundo colocado, possibilidades que garantiriam a vitória no primeiro turno. Com 92% dos votos apurados, Scioli tem uma leve vantagem (36,35%) sobre Macri (34,78%). Os números representam uma grande surpresa para os analistas. Outra grande surpresa do dia foi a eleição para governador da província de Buenos Aires, na qual a opositora María Eugenia Vidal superava por cinco pontos o kirchnerista Aníbal Fernández, com mais de 90% dos votos apurados. "O que aconteceu hoje mudou a política do país", disse eufórico Macri, um empresário e ex-presidente do clube Boca Juniors que é prefeito de Buenos Aires há oito anos. O analista político Jorge Giaccobe considerou o resultado "inédito". "Todas as análises foram um profundo fracasso. Estamos diante de um feito inédito que ninguém percebeu, nem sequer Macri, que imaginava apenas estar no segundo turno", disse. Na sede da campanha de Scioli, a festa deu lugar a um clima sombrio, apesar do candidato ter garantido a presença no segundo turno. "Convoco todos os indecisos e independentes para alcançar a vitória de todos os argentinos", declarou Scioli antes do anúncio dos primeiros resultados. Sergio Massa, ex-chefe de gabinete da atual presidente e deputado peronista que passou à oposição, ficou em terceiro lugar. Massa agora tem o poder de influenciar seus eleitores e, em tese, decidir o segundo turno.  A eleição encerra 12 anos de governos do casal Kirchner, de centro-esquerda. Impedida por lei de disputar o terceiro mandato, Cristina Kirchner apóia Scioli, um peronista moderado, que diferentemente dela tem boas relações com os mercados e o empresariado. Com uma inflação extraoficial de 20% a 30%, o país parou de crescer a taxas de 8% como no melhor período dos governos do casal Kirchner. O consumo permanece alto, mas o nível real da pobreza no país é motivo de polêmica com a oposição. A eleição encerra uma era iniciada com o falecido marido da presidente, Néstor Kirchner (2003-2007). O casal emergiu com o tom esquerdista durante a pior crise da história do país, em 2001. Os eleitores também renovaram um terço do Senado, metade dos deputados e escolheram 11 dos 25 governadores. Nenhum partido deve ter maioria no Congresso, segundo analistas.

Um comentário:

Universidade de Direito á Distância disse...

Muito cuidado pra com quem vai apurar a votação,cuide-se da não Smatimatic Cubana quem deu a vitoria a Maduro e Dilma.