quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Janot dá outro cruzado de direita no queixo de Cunha. O Planalto, claro!, é grato pelo conjunto da obra!

Ah, se a Procuradoria-Geral da República fosse tão rápida com os demais políticos e envolvidos na Operação Lava Jato como é com Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, né? Parece evidente que a ordem é não deixar o deputado respirar. Se ele ameaça se recuperar de um direto no fígado, vem um cruzado no queixo. Tudo com um timing absolutamente perfeito. Vamos ver? Rodrigo Janot, o procurador-geral, apresentou nesta quinta ao Supremo uma nova denúncia contra Cunha, desta vez em razão das contas que ele, mulher e filha manteriam na Suíça. Ao menos é o que atestam documentos oriundos do Ministério da Justiça e do Ministério Público daquele país. É evidente que a nova denúncia será aceita, uma vez que os indícios são muito fortes. Até agora, nem Cunha nem seu advogado deram respostas convincentes. O deputado, que vai decidir em breve se aceita ou não a denúncia contra Dilma apresentada pela oposição, será, assim, alvo não de uma, mas de duas denúncias. Janot e o Ministério Público Federal fizeram do homem que se tornou central na eventual tramitação de um processo de impeachment a principal figura do petrolão. É grotesco! Note-se que, antes mesmo de apresentar a denúncia, os dados sobre as contas já tinham vazado para a imprensa. Janot não pediu sigilo na tramitação. Bem, nem precisa. Todo mundo já sabe o que todo mundo já sabe, certo? A denúncia vem no momento em que o deputado está tendo de se defender da ação movida contra ele por um grupo de deputados no Conselho de Ética da Câmara. Não há dúvida de que existe aí uma orquestração perfeita. “Ah, está tentando livrar a cara de Cunha!?” Eu??? Não mesmo! Ao contrário: já defendi aqui que ele se afaste da Presidência da Câmara. Eu estou estranhando é a diferença de tratamento. Cunha tem de responder como todo mundo. Fernando Baiano afirmou, por exemplo, que pagou R$ 2 milhões de despesas de Fábio Luiz da Silva, o Lulinha. Até agora, que se saiba, não existe nem pedido de abertura de inquérito, não é mesmo? O que estranho, reitero, é a velocidade acelerada em que andam as apurações contra um notório adversário do governo, em contraste com a morosidade da investigação relativa a outros políticos. O que estranho é que seja um parlamentar do PMDB, hoje em dia, a grande estrela do escândalo. E assim será até o fim se depender de Janot. Por Reinaldo Azevedo

Um comentário:

Universidade de Direito á Distância disse...

Janãot? um peso duas medidas? A queda de Dilma derruba Lula.Eis as resistências.A bronca é encontrar um suposto que vista aos trajes do Lula,como Dilma atua.Quanto mais Dilma se defende com Janot e o STF,Lula continua presidentro.