sábado, 10 de outubro de 2015

França bombardeia posições do Estado Islâmico na Síria pela segunda vez



A força aérea da França bombardeou na noite de quinta-feira, pela segunda vez, posições do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na região central da Síria, anunciou nesta sexta o ministro da Defesa do país, Jean-Yves Le Drian. O ministro afirmou à emissora Europe 1 que seu país interveio novamente porque sabe que existem na Síria, concretamente nos arredores de Raqqa, "centros de combatentes estrangeiros cuja missão é vir a França e Europa para cometer atentados". Aviões-caça Rafale lançaram bombas sobre esse campo de treinamento e "atingiram os alvos", acrescentou Le Drian, que parabenizou os pilotos franceses por uma operação que, segundo ele, "não é a primeira, nem será a última". Após 20 dias de reconhecimento aéreo do terreno, o exército francês deu início aos primeiros bombardeios no dia 27 de setembro com o argumento de que a organização jihadista representa uma ameaça direta para sua segurança nacional. Desde o momento em que se mostrou disposto a participar dos bombardeios na Síria, o governo francês insistiu no princípio da "legítima defesa", ao justificar o combate direto ao Estado Islâmico. O presidente François Hollande já tinha alertado no final de setembro que novas incursões poderiam ocorrer caso necessário e sempre com o mesmo fim: "identificar alvos onde sabemos que o grupo terrorista EI pode ameaçar a segurança" da França. O grupo terrorista EI obteve seu maior avanço em meses na província de Aleppo, no norte da Síria, onde está a apenas "poucos quilômetros de sua capital", informou nesta sexta-feira o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdul Rahman. Os jihadistas tomaram nos últimos dias o controle das localidades de Fafin, Tel Farah, Tel Suis, Al Maarat, Kafr Qars e a região de Hara, controladas por facções rebeldes que lutam para derrubar o ditador Bashar Assad. Este progresso foi conseguido porque as facções rebeldes sírias, "são mais fracas e não dispõem de muitos meios", disse Abdul Rahman. O avanço do grupo terrorista acontece uma semana depois do início da intervenção russa no conflito sírio em apoio ao regime de Assad. De acordo com os Estados Unidos e com a Otan, grande parte dos ataques russos foram dirigidos contra posições dos grupos rebeldes que tentam derrubar a ditadura e também combatem os jihadistas.

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