sábado, 31 de outubro de 2015

Esbirro de Lula diz que tudo não passa de complô para impedir a candidatura do Apedeuta em 2018. Não tendo como se defender, PT ataca

Gilberto Carvalho concede uma entrevista à Folha deste sábado. A vigarice intelectual e política do secretário-geral da Presidência das duas gestões Lula e homem mais poderoso do PT depois do Babalorixá de Banânia é coisa sem par em muitos anos na imprensa. Não há uma só resposta que pare de pé, e dá para desmontar a cascata palavra a palavra. Mas é tempo demais para Carvalho. Sintetizemos, então, a contestação. Já está mais do que caracterizado que o PT resolveu tentar fazer a limonada com o limão. O samba de uma nota só do partido, agora, é o suposto complô contra Lula para impedi-lo de chagar à Presidência em 2018. Isso desobriga os petistas de responder às acusações que lhes são feitas e lhes permite atacar. Querem ver? Na entrevista, Carvalho nega que tenha relações especiais com o tal lobista Mauro Marcondes e que este tenha interferido na edição de uma MP em favor do setor automobilístico. Mas não explica como e por que o dito cujo pagou R$ 2,4 milhões a uma empresa de marketing esportivo de Luís Cláudio, filho de Lula. Tudo, diz Carvalho, é complô para minar a credibilidade do chefão petista e impedi-lo de se candidatar em 2018. Mas e a Lava-Jato? Carvalho acha importante, claro!, e coisa e tal. Mas, de novo, acredita que só querem pegar o PT e pergunta por que não se investigam as doações à campanha de Aécio Neves… Entenderam? Carvalho tenta fingir que a Lava Jato se resume a um mero sistema de financiamento de campanha. Logo, se assim fosse, então todos poderiam ser investigados. É mesmo? Que poder tinha Aécio na Petrobras? De que modo ele podia interferir nos destinos da empresa? Quem, dentro da estatal, negociava em seu nome? Que ameaças Aécio podia fazer às empreiteiras, no que dizia respeito a obras públicas, caso não pagassem a propina? A entrevista de Carvalho chega a ser nojenta porque, em seguida, ele critica o ministro Gilmar Mendes, do STF, por não ser contra o financiamento privado de campanhas. Viram só? Eis a tese do partido de novo. Eis o petismo tentando impor goela abaixo da sociedade o financiamento público, fingindo que mensalão, petróleo e o escândalo investigado na Operação Acrônimo – que tem o petista Fernando Pimentel no centro – só existem por causa das campanhas eleitorais. Carvalho finge ignorar que tanto o mensalão como o petróleo eram parte de um sistema contínuo de assalto aos cofres públicos em benefício do grupo que está no poder – e que, claro!, serviu para enriquecer muito vagabundo. Segundo Carvalho, o que querem é prender Lula, embora não diga por quais caminhos isso seria feito e quem são as pessoas que têm essa pretensão. Tudo não passa, em suma, de uma tentativa de intimidar a Polícia Federal, o Ministério Público e, como sempre, a imprensa. Na entrevista, Carvalho, braços, olhos, boca e ouvidos de Lula, faz uma defesa meramente protocolar de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, e o entrega às cobras. Diz: “Acho que ele [Cunha] não tem condição de deflagrar um impeachment porque não tem nenhum pedido sustentado em mínimas condições adequadas. Segundo que, politicamente, ele perdeu qualquer credibilidade para conduzir qualquer processo. Se eu fosse o presidente da Câmara, teria pedido afastamento do cargo porque ele sabe o que ele fez e os dados que estão aparecendo, muito concretos, a cada dia derrotam a tese dele". Insisto: Carvalho não existe como ser autônomo. Ele só fala o que combina com Lula. O ex-presidente, por sua vez, anda ensaiando um Claudinho & Buchecha com Cunha, na linha “Só love, só love”. Resta saber se a canelada foi previamente combinada com a dupla ou se Carvalho anda mesmo desconfiado de que o presidente da Câmara pode aceitar a denúncia. Ah, em tempo: enquanto estiver no cargo, Cunha tem a competência legal de conduzir qualquer processo que seja prerrogativa do cargo que ocupa. Sabem o que permite a Carvalho dar uma entrevista absurda como essa a que me refiro? O fato de que, para escândalo dos escândalos, Cunha se tornou a principal figura do petrolão, embora o PT comande a máquina do governo, e de não haver uma só figura do Executivo sob investigação.

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