terça-feira, 27 de outubro de 2015

Dívida pública federal sobe e fecha setembro em R$ 2,7 trilhões


A dívida pública federal voltou a subir em setembro e fechou o mês em R$ 2,734 trilhões. A alta em relação a agosto foi de 1,8% ou R$ 48,34 bilhões. Segundo relatório divulgado pelo Tesouro Nacional nesta segunda-feira, o crescimento do estoque se deveu a uma emissão líquida de títulos públicos no valor de R$ 13,45 bilhões e também aos juros que corrigem o endividamento e que somaram R$ 34,89 bilhões no período. As emissões de papéis do governo totalizaram R$ 75,45 bilhões em setembro, enquanto os resgates foram de R$ 62,01 bilhões. Isso resultou numa emissão líquida de R$ 13,45 bilhões. De acordo com o Tesouro, os títulos prefixados e corrigidos por índices de preços reduziram sua participação no estoque. No caso dos prefixados, ela caiu 41,59% em agosto para 41,37% em setembro. Já no caso dos papéis indexados à inflação, a redução foi de 31,99% para 31,69% no mesmo período. Já os títulos corrigidos pela Selic aumentaram sua fatia na dívida. Ela subiu de 21,28% para 21,42%. Os investidores estrangeiros reduziram sua participação no estoque da dívida pública em setembro. Em agosto, esses aplicadores detinham R$ 488,51 bilhões, ou 19,14% do total. Já no mês passado, o montante passou para R$ 487,97 bilhões, ou 18,85%. O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, José Franco, afirmou que setembro foi um mês de volatilidade no mercado. Isso obrigou o Tesouro a fazer leilões extraordinários de compra e venda de títulos para evitar uma alta excessiva nas taxas de juros cobradas pelos investidores para apostar nos papéis do governo. "O Tesouro tomou a decisão de reduzir a volatilidade. Isso incluiu calibrar os lotes dos leilões e também fazer atuações extraordinárias no mercado", disse Franco. Segundo ele, os investidores têm demonstrado interesse por títulos de longo prazo corrigidos por índices de preços. Isso, no entanto, tem custos mais elevados para o Tesouro. Assim, a estratégia tem sido aumentar a oferta desses papéis com prazos mais curtos (NTN-B com vencimento em 2023) e reduzir a de prazos mais longos (NTN-B com vencimento em 2035 e 2055). "O objetivo é não travar custo elevado em títulos com prazos muito longos", afirmou o coordenador. Isso, no entanto, pode acabar fazendo com que a equipe econômica não consiga cumprir todos os indicadores fixados no Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida pública. Ele prevê, por exemplo, que a parcela do estoque indexada a índices de preços termine o ano num intervalo entre 33% e 37% do total. Até setembro, ela está em 31,69%. "O indicador do PAF para índices de preços já está fora dos limites. Até o final do ano, ele pode voltar ou não. Isso vai depender de os investidores estarem dispostos a comprar títulos mais curtos ou não", afirmou o coordenador. Ele assegurou, no entanto, que a previsão do Plano para o estoque, que varia de R$ 2,650 trilhões a R$ 2,8 trilhões, será cumprida: "O resultado do ano ficará dento do intervalo do PAF". Em setembro, o custo médio da dívida acumulado em 12 meses aumentou 0,14 ponto percentual, passando de 15,93% ao ano em agosto para 16,07% no mês passado. Segundo Franco, esse custo - que está relacionado ao comportamento dos juros, da inflação e também das turbulências no mercado brasileiro – tende a se reduzir quando houver um quadro mais claro que relação à política fiscal. Perguntado sobre a possibilidade de o Tesouro voltar a fazer emissões de títulos no mercado internacional, ele afirmou apenas que o governo brasileiro não tem necessidade de fazer essas operações em 2015 pois já tem em caixa os dólares necessários para honrar os compromissos da dívida externa. Essas emissões servem principalmente para dar uma referência a empresas privadas que queiram captar recursos no Exterior. O relatório da Dívida Pública de setembro mostra que a parcela da dívida atrelada ao câmbio está em R$ 150,98 bilhões, ou 5,52% do total. No entanto, quando se soma a esse valor as operações feitas pelo Banco Central para segurar a alta do dólar (swaps cambiais), o número sobe para R$ 425,23 bilhões, ou 16,43%.

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