quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Companheiro Bendine, o amigo da Val, diz que a Petrobras renegocia contratos da Sete Brasil


O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, disse, em depoimento à CPI da Petrobras, que a estatal está renegociando os 28 contratos para construção de navios-plataforma assinados com a empresa Sete Brasil, que enfrenta dificuldades financeiras, o que já causou a demissão de cerca de 30 mil trabalhadores desde a deflagração da Operação Lava Jato. A Sete Brasil, uma empresa privada, foi criada por iniciativa da Petrobras especificamente para construir as sondas e para isso foi montada uma complexa engenharia financeira: 25% dos recursos seriam investidos por 12 acionistas e os demais 75% por financiadores – entre os quais o principal era o BNDES. O principal acionista da Sete Brasil é o banco BTG Pactual (26%), mas tem também a Petrobras (9%), fundos de pensão, como o Previ (do Banco do Brasil) e o Petros (da Petrobras), além dos bancos Santander e Bradesco. Juntos, eles investiram 1,8 bilhão de dólares na empresa. A Sete Brasil enfrenta dificuldades financeiras depois da Operação Lava Jato e depende de financiamentos para concluir a construção de 17 das 28 sondas de perfuração contratadas pela Petrobras, um investimento de mais de 20 bilhões de dólares e que envolve 150 mil empregos diretos. A empresa parou de pagar os estaleiros contratados por ela em novembro do ano passado, depois que o BNDES não liberou o empréstimo de 18 bilhões de dólares – financiamento que tinha sido aprovado pela diretoria do banco quando a empresa foi criada. O empréstimo acabou negado depois que a empresa passou a ser investigada pela Operação Lava Jato. Um dos delatores do esquema, o ex-gerente da área de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, foi nomeado diretor da Sete Brasil e admitiu que houve pagamento de propina a diretores da Petrobras e a partidos políticos por estaleiros contratados para construir os navios-sonda. Bendine disse que os contratos serão renegociados e terão tamanho “menor” que o previsto antes da Operação Lava Jato. “A demanda da Petrobras por navios-sonda é bem menor que a do plano de negócios anterior. Está sendo feita uma renegociação com a Sete Brasil, a Petrobras e bancos credores para readequar os contratos, o que é complexo. Cada sonda tinha uma sociedade para fins específicos, cada qual com sócios e um operador”, disse. Ele não informou o valor da redução dos contratos.

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