sábado, 3 de outubro de 2015

Após transferência de policiais bandidos presos, Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar do Rio de Janeiro é interditado


Após a transferência dos últimos 98 presos, o Batalhão Especial Prisional (BEP), da Polícia Militar, foi interditado por tempo indeterminado. Os últimos internos foram escoltados por policiais do Batalhão de Choque e da Corregedoria Interna da PM para a nova unidade prisional, em Niterói, que vai abrigar policiais que aguardam o julgamento de seus processos. Cerca de 50 parentes acompanharam de perto a transferência. Os internos saíram em dois ônibus grandes, quatro microônibus e dois caminhões baú. A interdição do BEP foi determinada pelo titular da Vara de Execuções Penais, juiz Eduardo Oberg, após uma confusão envolvendo a juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, da Vara de Execuções Penais (VEP), a escolta dela e parte dos detentos durante uma inspeção. Ela levou um tapa na cara de um dos policiais bandidos presos, sua escolta foi agredida, ela teve a blusa rasgada e ficou sem um sapato. Após a agressão, a juíza saiu e voltou com o BOPE, identificando os agressores que foram transferidos para o Presídio de Bangu I. A unidade do Batalhão Especial Prisional era um antro de mordomias para policiais bandidos presos. Ainda por determinação do juiz da VEP, as visitas estão suspensas provisoriamente. Na nova unidade de Niterói, onde funcionou o presídio Vieira Ferreira Neto, os presos ficarão agora sob a guarda de agentes penitenciários, e não mais de seus próprios colegas policiais militares. Mas, dará tudo na mesma. Na sexta-feira, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) iniciou a transferência dos 221 presos (impressionante a quantidade policial bandido). A Seap já vinha discutindo a transferência dos presos para a Unidade Prisional de Niterói com a Polícia Militar desde abril. Segundo o órgão, o processo "atende ao interesse público" e visa a "melhorar as condições de segurança e de trabalho dos funcionários administrativos, do Ministério Público, da Defensoria Pública, dos advogados e dos juízes". Ainda de acordo com a Seap, a transferência dos detentos para a Unidade Prisional de Niterói possibilitará o uso dos agentes que trabalhavam no BEP no patrulhamento de rua.


Os quatro presos envolvidos na agressão à juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza foram transferidos, também na sexta-feira, para a Penitenciária Laercio da Costa Pellegrino, o Bangu 1, no Complexo Penitenciário de Gericinó. São eles: o terceiro-sargento Aloísio Souza da Cunha; o terceiro-sargento José Luiz da Cruz; o soldado Allan Lima Monteiro; e o cabo Aldo Leonardo Ferrari, que chegou a ser levado para o Hospital Central da Polícia Militar (HCPM) mas teve alta e também foi para Bangu. O promotor Décio Luiz Alonso Gomes, da 3ª Promotoria de Justiça Junto à Auditoria Militar, disse, no entanto, que eles poderão ser transferidos para um presídio federal e cumprir pena em regime disciplinar diferenciado (RDD). Ele deverá pedir na próxima segunda-feira a inclusão dos agressores no RDD. 

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