quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Tudo, tudo, tudo

Se Lula só pensa em escapar da cadeia, Dilma Rousseff só pensa em escapar do impeachment. Quem matou a questão foi Rosangela Bittar, do Valor: “Tudo o que a presidente Dilma Rousseff pensa, negocia, formula, discute, tem no horizonte o impeachment. Conquistar maioria, reter a base, agradar às inúmeras correntes do PMDB, punir o vice-presidente que acredita estar secando o seu lugar, tudo, tudo, tudo. Nada tem a ver com os vetos às despesas criadas pelo Congresso, nem à necessidade de aprovar a PEC da DRU, e sequer tem a ver com a veleidade de aprovar a odiosa CPMF. Seu problema é o impeachment, e esse está nas mãos de José Sarney, Renan Calheiros, Leonardo Picciani e Eduardo Cunha. O veredito que definirá a sorte presidencial é o do TCU, e não o do TSE. A ação contra Dilma ficará anos no TSE, só com protelações, recursos, pedidos de vista. O do TCU, ao contrário, é o que tem a força, o poder de fazer acontecer. O governo sabe disso, por isso empurrou o processo até agora. Há um conjunto de ações e omissões às quais o TCU atribui maior gravidade do que às pedaladas, como explica um ministro: ‘Dilma seria obrigada a contingenciar as despesas para obter a meta prevista em lei, e ela não só não contingenciou como editou um decreto ampliando os gastos’. Portanto, a possibilidade de impeachment está concentrada no TCU e no PMDB, em equação simples. O PMDB tem três ministros no TCU: Raimundo Carrero (Sarney), Vital do Rego e Bruno Dantas (de Renan). Caso eles votem pela rejeição das contas, elas serão rejeitadas no PMDB e no Congresso, e o impeachment será inexorável”.

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