sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Temer e a “guerreira Dilma”… Tenho uma ideia: vamos aposentá-la por desserviços prestados à contabilidade?

O vice-presidente da República, Michel Temer, é um homem livre. Fala o que quiser. Não é bobo e conhece os jornalistas. Nesta quinta-feira, ele manteve um encontro com empresários em São Paulo, organizado pela empresária Rosângela Lyra, que faz parte do movimento “Acorda, Brasil”, de oposição ao governo. Atenção! O jornalismo petista infiltrado na grande imprensa (uma praga!) a chama de “socialite”. Com a devida vênia, para mim, “socialite” passa o dia tomando champanhe e discutindo com seu cabeleireiro esquisitão como vai se mostrar em público. Rosângela trabalha. Se ela fosse do MTST, os jornalistas a chamariam de “ativista”. Nota antes que continue: concedi uma palestra nesta terça a uma parte da comunidade judaica de São Paulo. Um dos presentes me perguntou se existe censura à imprensa no Brasil. Eu afirmei que a única censura é aquela imposta pelo jornalismo de esquerda. Rosângela Lyra é a representante no país de uma grife que é, se me permitem, grife na própria França. Ela trabalha. Ganha o pão com o seu talento. Se ela invadisse propriedade alheia, seria chamada de “militante”, “ativista” e até “mártir”. Não tenho mais saco para isso. Aliás, ninguém mais tem. Nem os leitores! Adiante. Temer foi indagado, não tratou do assunto de moto próprio, das hipóteses que estão dadas para Dilma: renúncia, impeachment ou cassação pelo TSE. Respondeu com a devida tranquilidade. Afirmou não acreditar que a petista desista do mandato, lembrando que ela é “guerreira”. E que fique claro: ele usou a palavra “guerreira”, não “guerrilheira” ou “terrorista”, para ficar na espécie do crime que a presidente cometeu no passado.
Sobre o impeachment, ponderou:
“Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo [de popularidade]. Se a economia melhorar, acaba voltando um índice razoável”. Mas acrescentou: “É preciso trabalhar para estabilizar as relações com a sociedade e a classe política! E ponderou: “Mas, se ela continuar com 7% e 8% de popularidade, fica difícil”. Conspiração? Não! Senso de realidade. Até porque o vice tratou da hipótese de ele próprio deixar o cargo caso a chapa seja cassada pelo TSE: “Se o tribunal cassar a chapa, acabou. Eu vou para casa feliz da vida”. E emendou sobre Dilma: “Ela vai para casa… Não sei se vai feliz ou não, cada um tem a sua avaliação”. Temer chegou a demonstrar alguma irritação quando um dos convidados perguntou se ele entraria para a história como estadista ou como oportunista: “Eu jamais seria oportunista, quero deixar muito claro isso. Em momento algum eu agi de maneira oportunista. Muitas vezes dizem: ‘Ah, o Temer quer assumir a Presidência’, mas eu não movo uma palha para isso”. E, vá lá, justiça se faça, Temer, em conversas públicas ou privadas, tem reforçado a posição da presidente. A governanta é que não se garante, como é evidente. O vice-presidente foi indagado ainda sobre o Orçamento com previsão de déficit, enviado pelo governo. Manifestou sua discordância: “Se você enxugar contratos, consegue fazer. Às vezes, tem um contrato de R$ 300 milhões que, na realidade, pode ser por R$ 220 milhões. Você economiza. Se, ao final, for preciso alguma oneração tributária, não é com a criação de novo tributo. Pode pegar um e outro tributo existentes e aumentar a alíquota temporariamente”. Ou por outra: o vice-presidente voltou a se manifestar contra a recriação da CPMF, um dos desastres protagonizados por Dilma quando teve a ambição de que poderia ser a coordenadora política. O outro, gigantesco, foi justamente o envio de uma peça orçamentária prevendo déficit, decisão da qual ela já recuou. Temer insistiu que a situação do Brasil tende a melhorar e deixou claro que acha que a presidente pode recuperar a popularidade. E, por óbvio, se negou a assinar recibo de idiota. Sabe que a economia, mais do que a Lava-Jato, está derrubando Dilma. Ele vocalizou o que todos estamos especulando: como ficar os próximos três anos sob o comando de uma presidente inerme? Sei que muita gente se esquece, mas Temer também foi eleito. Pode e deve dar a sua opinião. Por Reinaldo Azevedo

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