terça-feira, 29 de setembro de 2015

FMI aponta que dívidas de empresas de países emergentes atingem recorde de US$ 18 trilhões


O Fundo Monetário Internacional (FMI) lançou nesta nesta terça-feira um alerta para o nível recorde das dívidas de empresas de mercados emergentes, que somam atualmente 18 trilhões de dólares. Esse volume é maior que o produto interno bruto (PIB) dos Estados Unidos, a maior economia do planeta. Segundo o Fundo, à medida que a era dos juros próximos de zero se aproxima do fim nos Estados Unidos, o risco das empresas endividadas cresce, o que exige um monitoramento sobre elas cada vez mais cuidadoso. Em seu mais recente relatório sobre a estabilidade financeira global, o FMI disse que as maiores altas em alavancagem - o montante da dívida relativa ao patrimônio de uma empresa - foram vistas em "setores vulneráveis", como construção, mineração e petróleo e gás. Nesses segmentos, a exposição ao risco cambial é cada vez mais preocupante. China e América Latina são as regiões em que a alavancagem mais preocupa - nesses, a dívida geral das empresa equivale a quase 120% e 110% dos patrimônios, respetivamente. Nos setores de construção civil, a alavancagem é ainda mais acentuada: ela chega a 275% na China e a 200% na América Latina. Ter um volume de débitos maior que o patrimônio não é necessariamente a decretação da quebra de uma empresa ou de um setor, mas o quadro preocupa porque, com a perspectiva de que os juros nos Estados Unidos comecem a subir em breve, o custo do dinheiro também deve aumentar - e, na esteira disso, o volume da dívida das empresas. "A tendência de alta nos últimos anos naturalmente levanta preocupações porque muitas crises financeiras de mercados emergentes têm sido precedidas pelo rápido crescimento da alavancagem", apontou o relatório. O FMI também alertou que anos de taxas de juros em mínimas recordes significam que, apesar de balanços patrimoniais mais fracos, as empresas de mercados emergentes foram capazes de emitir mais títulos e em melhores termos. "Se a elevação da alavancagem e de emissões tem recentemente sido influenciadas predominantemente por fatores externos (juros globais baixos), então as empresas estão se tornando mais vulneráveis a um aperto nas condições financeiras globais", acrescentou o relatório.

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