sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Ex-ministro do governo Collor pode ter pago R$ 1 milhão a deputado do PT


A Polícia Federal vê indícios de corrupção ativa por parte do empresário Pedro Paulo Leoni Ramos, o PP, ex-ministro de Assuntos Estratégicos do Governo Collor (1990/1992). A Policia Federal afirma que Pedro Paulo repassou R$ 1 milhão para o deputado federal Vander Loubet (PT/MS) em 2013, via empréstimo para um advogado estabelecido em Campo Grande. O advogado é cunhado do petista. No relatório de indiciamento do deputado, a Polícia Federal assinala que "provas testemunhais e documentais" revelam a "existência de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro praticados por Vander Loubet". Pedro Paulo foi alvo de buscas em julho, na Operação Politéia, cujo alvo maior foi o senador Fernando Collor (PTB/AL). Em delação premiada, o doleiro Alberto Youssef, peça central da Operação Lava Jato, afirmou que entregou R$ 3 milhões a Pedro Paulo Leoni que operou o repasse para o destinatário, Collor. Em agosto, a Procuradoria-Geral da República denunciou Collor e seu ex-ministro perante o Supremo Tribunal Federal. Nesta quinta-feira, 3, a Polícia Federal divulgou o indiciamento do ex-líder dos governos Lula e Dilma na Câmara, Candido Vaccarezza, e dos deputados Nelson Meurer (PP/PR) e Vander Loubet, todos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O relatório da Polícia Federal foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, que detém competência para processar políticos com foro privilegiado. As conclusões da Polícia Federal serão agora analisadas pela Procuradoria-Geral da República que pode denunciar os deputados e Vaccarezza ao Supremo Tribunal Federal. No caso de Vander Loubet, a Polícia Federal afirma que o repasse a ele foi realizado por meio de um suposto empréstimo no valor de R$ 1 milhão de Pedro Paulo Leoni junto a um advogado, cunhado do petista. Uma parte do dinheiro teria sido entregue no escritório do advogado em Campo Grande (MS). A outra parte depositada em contas de terceiros que teriam "dado suporte a Vander Loubet em sua campanha eleitoral em 2010". Pedro Paulo é alvo da Lava Jato desde a prisão do doleiro Alberto Youssef. Documentos apreendidos pela Polícia Federal mostram que a Investminas, empresa controlada por Pedro Paulo, fez um pagamento de R$ 4,3 milhões para a consultoria MO, central de distribuição de propinas para políticos do doleiro Youssef. 

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