sábado, 19 de setembro de 2015

Entidades sindicais convocam "greve geral" contra ajuste fiscal

Militantes de 40 entidades ligadas à defesa dos direitos dos trabalhadores e minorias marcharam nesta sexta-feira, 18, pela Avenida Paulista, na região central, para protestar contra o ajuste fiscal e outras medidas tomadas pelo governo federal que atentam contra garantias trabalhistas. Em um protesto que teve palavras de ordem tanto contra a presidente Dilma Rousseff e o PT, quanto contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), passando pelo vice-presidente Michel Temer e pelos presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, e pelo partido deles, o PMDB, os trabalhadores foram convocados a promover uma greve geral e “paralisar o País”. Com gritos de ordem como “um, dois, três, quatro, cinco, mil. Ou para o ajuste ou paramos o Brasil” e “Não vai pagar, não vai pagar, por essa crise o povo não vai pagar”, e bonecos de Dilma, Aécio e Cunha, a Marcha Nacional dos Trabalhadores em São Paulo contou com cerca de 15 mil pessoas, segundo os organizadores. A Polícia Militar não estimou a quantidade de participantes.  


O manifesto, o primeiro de uma série que estão sendo programados para convocar trabalhadores para uma greve geral, foi liderado pela Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas) e teve a participação de sindicatos de trabalhadores, muitos deles em greve, como os servidores federais e funcionários dos Correios, além de partidos como PSTU e PCB. Cerca de 170 ônibus foram responsáveis pelo transporte de manifestantes de outros Estados. Marchas também foram realizadas em Belém, Recife, Fortaleza e Manaus, segundo a organização. Na capital paulista, os manifestantes se concentraram em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) e, por volta das 18 horas iniciaram uma caminhada até a Praça da República, no centro. Ainda na Paulista, o carro de som parou em frente ao edifício onde está localizado o escritório da Presidência da República, e oradores de diversos estados e estrangeiros se revezaram em críticas ao governo. “É preciso unir os trabalhadores para se construir a greve geral no Brasil contra Dilma e contra a burguesia”, disse Paulo Barela, da executiva nacional da CSP-Conlutas. “O pacote fiscal é um ataque aos direitos dos trabalhadores. Enquanto isso, o governo aprovou isenção para grandes empresas”. Segundo ele, os organizadores da marcha não defendem diretamente o impeachment, mas não descartam a abreviação do mandado por outros meios: “Pode ser parando o País com a greve geral, eleições gerais, uma nova Constituinte ou uma ação direta".

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