sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Doleiro Alberto Yousseff diz que entregou R$ 70 mil para o deputado federal gaúcho José Otávio Germano


Em depoimento na Operação Lava-Jato, o doleiro Alberto Youssef afirmou que entregou R$ 70 mil diretamente para o deputado federal José Otávio Germano (PP-RS). Conforme o delator, o político gaúcho teria sido visto duas ou três vezes recebendo dinheiro obtido do esquema de corrupção na Petrobras na residência do ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC), que também é investigado no caso. Prestado em 1º de julho de 2015 na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, o depoimento de Youssef foi anexado ao inquérito 3989, que tramita no Supremo Tribunal Federal e investiga 39 pessoas, entre elas José Otávio Germano e outros cinco colegas do PP-RS: Afonso Hamm, Jerônimo Goergen, Luis Carlos Heinze, Renato Molling e Vilson Covatti. Os gaúchos são suspeitos de receber mesada financiada com recursos desviados da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, na gestão de Paulo Roberto Costa. Além de afirmar que entregou R$ 70 mil para José Otávio Germano, o doleiro disse que operacionalizou uma doação de R$ 200 mil da construtora Queiroz Galvão para a campanha do parlamentar gaúcho em 2010. Youssef relata que conseguiu a doação a pedido de lideranças do PP, como o ex-ministro das cidades Mário Negromonte (BA), o ex-deputado federal Pedro Corrêa (PE) e o deputado Nelson Meurer (PR). No depoimento, Youssef também falou sobre os demais políticos gaúchos do PP que são investigados pela suspeita de recebimento de mesada financiada pelo esquema na Petrobras, cujos valores variariam de R$ 30 mil a R$ 150 mil de acordo com a posição de cada político dentro do partido. Os seis parlamentares refutam a acusação de recebimento de mensalinho. O doleiro disse que sabia da participação de Goergen, Hamm, Heinze, Molling e Covatti porque seus nomes foram mencionados em diversas reuniões que discutiam os parlamentares que se beneficiariam do rateio da mesada. Contudo, Youssef falou que nunca entregou ou determinou a entrega de valores para os cinco gaúchos e que nunca os viu no apartamento de Pizzolatti ou em outro local de entrega da propina. Youssef ainda disse que as lideranças do PP se referiam a Molling como “alguém que costumava pedir mais valores, além daqueles que recebia”. Em requerimento enviado ao STF, a Polícia Federal solicitou mais 80 dias para finalizar as investigações do inquérito 3989, pedido que será avaliado pelo ministro relator do caso, Teori Zavascki, após a manifestação da Procuradoria-Geral da República. 

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