quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Dólar chega a US$ 3,90 e Banco Central anuncia intervenção no câmbio, governo da petista Dilma está torrando as reservas internacionais


Com a alta do dólar na manhã de hoje (10), o Banco Central decidiu fazer mais um leilão de venda de dólares, com compromisso de comprar novamente a moeda no futuro. No chamado leilão de linha, o Banco Central vai vender até US$ 1,5 bilhão. As datas da compra de dólares estão marcadas para janeiro e abril do próximo ano. No último dia 8, o Banco Central anunciou a venda de até US$ 3 bilhões das reservas internacionais, com o compromisso de comprar novamente os dólares em novembro. Com mais dólares no mercado, o Banco Central tenta suavizar a alta da moeda. Hoje, às 10h10, o dólar comercial estava em R$ 3,85. Na máxima do dia, chegou a R$ 3,9015, às 9h30. Essa alta foi registrada após o anúncio do rebaixamento da nota de crédito do Brasil de BBB- para BB+ pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P), ontem (9) à noite. A S&P sinalizou que pode colocar o País ainda mais para dentro do território especulativo, ao manter a perspectiva negativa para a nota de crédito brasileira, o que significa que novo rebaixamento pode ocorrer no curto prazo. Com a redução, o Brasil perde o grau de investimento, conferido a países considerados bons pagadores e seguros para investir. Isso significa que não há confiança internacional de que o Brasil tenha capacidade de cumprir com os compromissos de pagamentos de suas dívidas internacional e nacional. No comunicado, a agência diz que o perfil de crédito do Brasil enfraqueceu desde 28 de julho, quando houve revisão da perspectiva de nota do país para negativa, ainda com manutenção do grau de investimento. A S&P sinaliza que a proposta orçamentária do País para 2016, prevendo um déficit primário de R$ 30,5 bilhões em lugar do superávit de 0,7% estimado anteriormente, influenciou a decisão do rebaixamento. Para a agência, a proposta orçamentária com déficit “reflete desacordo sobre a composição e magnitude das medidas necessárias para reparação da derrapagem das finanças públicas”. A nota também cita a relação entre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a presidente petista Dilma Rousseff. “Enquanto o ministro da Fazenda está trabalhando para levar adiante várias medidas para retomar a meta inicial de 0,7% de superávit, elas precisarão ser negociadas com o Congresso. Mais importante, a série de eventos que levou à proposta orçamentária (com déficit) sugere coesão diminuída com o gabinete da presidente Dilma Rousseff e contribui para nossa avaliação de um perfil de crédito mais fraco”, diz o comunicado. Além da revisão da S&P da perspectiva da nota de crédito do País para negativa no fim de julho, a Fitch fez o mesmo em abril. A Moody's, por sua vez, também rebaixou o País em agosto. A agência reduziu a nota brasileira de Baa2 para Baa3, o que ainda significa grau de investimento.

Um comentário:

Mirna Lanius Borella disse...

Ainda temos alguma reserva?