quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Depois de cometer crimes fiscais e eleitorais, ameaçada por impeachment, Dilma diz que está sendo vítima de um golpe.Oposição responde brandindo a Constituição Federal


Hoje, em Presidente Prudente, São Paulo, em ambiente controlado onde entraram somente os ditos militantes dos movimentos sociais (na verdade, milícias mantidas pelo PT) e beneficiários do programa "Minha Casa, Minha Vida", a presidente petista Dilma Rousseff fez um discurso colocando-se no papel de vítima de um golpe. Seu argumento para acusar as iniciativas de impeachment é justamente o voto que ela roubou com as mentiras da sua campanha, hoje comprovadas tanto pelo eleitor quanto pelas autoridades. A presidente tenta dar legalidade a um voto obtido com tramoias, truques, dinheiro sujo, propina. Bateu o desespero. Fernando Henrique Cardoso respondeu: "Quem sofre a crise não quer dar golpe, quer se livrar da crise. Na medida em que o governo faz parte da crise, começam a perguntar se o governo vai durar. Mas não é golpe", afirmou, antes de dizer que não sabe quem estaria tentando se aproveitar da crise para chegar a poder. Hélio Bicudo, ex-fundador do PT, que produziu o parecer final que está induzindo o processo de impeachment, questionado sobre a fala da presidente Dilma na manhã desta quarta-feira,  respondeu: "Esse negócio de falar que é golpismo, é golpismo de quem fala. Estamos agindo de acordo com o que a Constituição diz". O ex-petista também afirmou que preferia a convocação de novas eleições a um eventual mandato exercido pelo vice-presidente Michel Temer. "Temos que ter eleições livres e gerais para escolher um novo presidente", disse, reconhecendo em seguida a dificuldade de se eleger um novo governante na atual conjuntura. O jurista Miguel Reale Jr. também rechaçou que haja qualquer tentativa de golpe, e comparou o governo petista à uma "ditadura da propina": "Lutamos contra a ditadura do fuzil e agora lutamos contra a ditadura da propina". Reale Jr., que foi ministro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e ajudou a redigir petição do impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992, chegou a emitir uma manifestação em maio deste ano afirmando que não havia clima político para o impeachment de Dilma, mas disse que o cenário mudou: "Não teria passado em março, abril. Hoje há ambiente para isso (passar o impeachment em votação no Congresso Nacional)". Depois da assinatura do documento, os integrantes dos movimentos presentes no cartório entoaram palavras de ordem contra o PT como "Olê, Olê, estamos na rua para derrubar o PT". Eles também levaram miniaturas de bonecos do ex-presidente Lula vestido de presidiário, figura que ganhou o nome de "Puxileco" devido à operação Lava Jato. O documento de Hélio Bicudo deve ser protocolado nesta quinta-feira (17), na Câmara dos Deputados. 

Nenhum comentário: