Auditores do Tribunal de Contas da União apontaram uma série de indícios de irregularidades, inclusive sobrepreço de R$ 65,8 milhões, em licitação formulada pela Prefeitura de São Paulo para dois corredores de ônibus na capital. Os técnicos mencionam um aumento na estimativa de custos de R$ 29,6 milhões em trechos do projeto que liga o Itaim Paulista a São Mateus, e de R$ 36,2 milhões no corredor Radial Leste. As inconsistências identificadas na investigação levaram os auditores a pedir o cancelamento da licitação. O caso está nas mãos do ministro Bruno Dantas. Essa é a segunda investigação desfavorável enfrentada pela gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) na licitação dos corredores. A mesma concorrência já havia sido barrada pelo TCM (Tribunal de Contas do Município) e está suspensa desde o dia 18 de junho. A decisão do TCU adiciona, portanto, novo problema à prefeitura, que agora precisará se adequar às recomendações das duas cortes para poder liberar a obra. A licitação paulistana só entrou no radar do TCU porque conta com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal. Os auditores utilizaram as planilhas de custos e orçamentos para fazer a análise dos preços previstos na licitação e disseram ter encontrado indícios de que os valores previstos estavam inflacionados “frente ao praticado no mercado”. Com relação especificamente ao trecho 3 do corredor da Radial Leste, o TCU viu ainda “restrição da competitividade decorrente de critérios inadequados de habilitação e julgamento” para definir as empresas que seriam contratadas para a obra.
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