segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Querem saber? Acho o discurso de Marina contra o impeachment pior do que o do PT! Explico por quê!

Alguns amigos me enviaram mensagens afirmando que exagerei na crítica a Marina Silva em razão da entrevista que concedeu à Folha, em que sugeriu, sem empregar a palavra, que o impeachment de Dilma seria golpe, embora defenda o afastamento de Eduardo Cunha, presidente da Câmara (PMDB-RJ). Não exagerei, não. Acho até que peguei leve. A retórica dessa senhora contra as manifestações em favor do impeachment me incomoda até mais do que a dos petistas. Estes, afinal de contas, defendem arreganhadamente seus interesses, né? Estão aboletados no poder. Como Marina, hoje, não tem cargos no governo federal — só lá na gestão dos petistas do Acre… —, tenta fazer seu equívoco passar por neutralidade e bom senso, como se ela também não tivesse interesses a defender. E tem. A exemplo de qualquer político. É evidente que a exacerbação da crítica ao petismo e mesmo o franco e claro antipetismo que vai pelo País — que nada tem de anormal, desde que exercido dentro das regras do jogo — prejudicam aquele discurso nem-nem que Marina fez na campanha de 2014 e que sempre seduz muita gente — a meu ver, os incautos. Se o clima que se sente por aí se estende a 2018, não há muito espaço para aquela conversa de terceira via. O sentimento majoritário nas ruas tende a ser hostil — democraticamente hostil — a teses de esquerda e sentimentos clorofilados congêneres. Mesmo pregando a independência do Banco Central, é o lugar de onde fala Marina. Quando ela concede à Folha uma entrevista como a que concedeu neste domingo, seu alvo principal não é o governo Dilma, é evidente, mas as oposições. Ou por outra: sem dar combate ao Planalto, Marina quer tomar o lugar do discurso alternativo ao petismo. Não tenho paciência pra isso, não. Por Reinaldo Azevedo

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