sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Procuradoria pede condenação do petista André Vargas por "comandar" organização criminosa


Procuradores que atuam na Lava Jato pediram à Justiça, nesta sexta-feira (28), a condenação do ex-deputado petista André Vargas, do irmão dele, Leon Vargas, e do publicitário Ricardo Hoffmann, acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. O pedido, feito no âmbito de uma ação penal em que os três são réus desde maio, destaca que André Vargas exercia o comando de uma organização criminosa que "agia de forma estruturalmente ordenada, caracterizada pela divisão formal de tarefas com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem indevida derivada dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro". Segundo a denúncia, André Vargas usou sua influência no Ministério da Saúde e na Caixa Econômica Federal para obter um contrato para a agência de publicidade Borghi Lowe, cuja filial em Brasília era comandada pelo publicitário Ricardo Hoffmann.  Para receber as propinas por ter intermediado o contrato, segundo a Procuradoria, o deputado petista cassado André Vargas abriu duas empresas, a Limiar e a LSI, tendo como sócio seu irmão, Leon. "A Limiar e a LSI eram e sempre foram empresas de 'fachada', criadas exclusivamente para a prática imediata de infrações penais", afirma o Ministério Público. Os pagamentos às empresas do petista André Vargas seriam feitos por Hoffmann por meio de produtoras que sua agência de publicidade subcontratava. De acordo com a Procuradoria, as propinas somaram R$ 1,1 milhão entre 2010 e 2014. Como nesse período André Vargas ocupou o cargo de vice-presidente da Câmara dos Deputados, o Ministério Público entendeu que ele utilizou o prestígio do cargo em benefício próprio para influenciar órgãos públicos a contratarem a Borghi Lowe. Por isso, os procuradores pedem que a pena do ex-deputado seja aumentada. Pedem ainda o confisco de R$ 1,1 milhão para reparação de danos à administração pública. "Como representante do povo e do próprio Congresso Nacional, André Vargas tinha o dever de promover a defesa do interesse público e da soberania nacional; exercer o mandato com dignidade e respeito à coisa pública e à vontade popular, agindo com boa-fé, zelo e probidade; respeitar e cumprir a Constituição Federal, as leis e as normas internas da casa e do Congresso Nacional, dentre inúmeros outros", diz a peça. "Não obstante, (ele) simplesmente desprezou o total apoio conferido por seus eleitores, vindo a influenciar na tomada de decisões da Administração Pública em seu benefício próprio", conclui. O advogado Michel Saliba, que defende o réu Leon Vargas, disse que "confia na Justiça" e entende "que há elementos para a absolvição de Leon". "Confio no discernimento e no senso de justiça do juiz Sergio Moro", disse o advogado. 

Um comentário:

jorge disse...

Alem de comandar, ele pertencia a outra organização criminosa, muito maior.