sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Polícia Federal indicia 14 por desvios no Pronaf no Rio Grande do Sul


A Polícia Federal indiciou 14 no inquérito criminal que investiga fraudes em financiamentos do Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Pronaf) no Rio Grande do Sul. Os desvios de dinheiro público foram identificados em Santa Cruz do Sul e Sinimbu, no Vale do Rio Pardo. As investigações, que levaram três anos, concluem que recursos desses empréstimos eram desviados por lideranças petistas de uma associação de produtores rurais e abasteceram campanhas eleitorais. A investigação, que começou em 2012 e levou o nome de operação colono, aponta como envolvidos no golpe dirigentes da Associação Santa-cruzense de Pequenos Agricultores Camponeses (Aspac), controlada pelo PT, e também funcionários graduados das agências do Banco do Brasil na região. Dos indiciados, seis são dirigentes da Aspac (de Santa Cruz do Sul e Sinimbu) e oito são bancários — que estão afastados de suas antigas funções —, também das duas cidades. O inquérito durou incríveis três anos e, para variar, não prendeu ninguém. Como poderia, sendo a Polícia Federal, no Rio Grande do Sul, um notório aparelhão do PT? Ao longo da investigação foram periciadas movimentações de mais de R$ 79 milhões, envolvendo cerca de 6,3 mil agricultores. Nos últimos cinco anos, a Aspac recebeu créditos de 6,3 mil produtores e efetuou débitos de 5,9 mil. Para a Polícia Federal, a KGB do PT, isso significa ao menos 376 pessoas não chegaram a receber o dinheiro dos empréstimos. A investigação se iniciou quando um pequeno plantador de fumo procurou a Polícia Federal em Santa Cruz do Sul para denunciar que havia sido vítima de fraude. Ele relatou que a Aspac intermediava a concessão de financiamentos do Pronaf para agricultores da região, mediante autorização do colono para que o dinheiro, quando liberado, fosse transferido a uma conta bancária da associação. O agricultor-denunciante e outros disseram à PF que a Aspac cobrava uma taxa para intermediar o financiamento e, pior: em alguns casos, informava ao agricultor que os recursos não haviam sido liberados. O tomador do empréstimo ficava sem dinheiro e a Aspac girava com o financiamento, devolvendo parte do empréstimo meses depois — muitas vezes, em quantias menores que as financiadas. Os seis dirigentes da Aspac serão indiciados por obtenção de financiamento mediante fraude e aplicação de financiamento em atividade diversa da prevista em lei. Eles responderão também por formação de quadrilha. Os policiais vão mencionar no inquérito que algumas pessoas, desesperadas, cometeram suicídio quando descobriram débitos que juravam não ter contraído. Dos oito funcionários do Banco do Brasil, quatro, com cargo de gerente, serão responsabilizados por gestão fraudulenta de instituição financeira. Os outros quatro, servidores, por fraude na obtenção de empréstimos e formação de quadrilha. Um dos indiciados é Wilson Rabuske, dirigente da Aspac e vereador do PT em Santa Cruz do Sul. (ZH)

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