sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Michel Temer diz "não" à búlgara sobre intenção de recriação da CPMF, o governo petralha está sem saída

Comunicada de que havia irritado o vice-presidente ao deixá-lo de fora das tratativas sobre a recriação da CPMF, a presidente Dilma Rousseff telefonou nesta quinta-feira (27) para Michel Temer e pediu ajuda para defender a volta do imposto. O vice, porém, criticou a proposta e disse que não faria "absolutamente nada" para levar a idéia adiante. A conversa foi bastante dura e classificada por aliados como "o primeiro embate direto" entre Dilma e Temer. Até agora, os dois mantinham uma relação distante, mas cordial. A discussão sobre a volta do tributo sobre transações financeiras, extinto em 2007 e agora visto pela equipe econômica do governo como essencial para equilibrar as contas públicas, pegou Temer de surpresa. Em viagem a São Paulo, o vice afirmou na manhã de quinta (27) que o tema era só "um burburinho", sem saber que Dilma estava reunida no Palácio da Alvorada com os ministros de sua equipe econômica e Arthur Chioro (Saúde) para discutir a real viabilidade de recriar o imposto. A reação dos peemedebistas ligados ao vice foi imediata. Deputados e senadores afirmam que, se o PMDB precisava de algo concreto para se afastar do governo, encontrou: a CPMF. A repercussão negativa do principal aliado, além de políticos e empresários que se opõem à recriação do tributo, assustou integrantes do governo. No Palácio do Planalto há quem defenda enviar a recriação da CPMF ao Congresso na segunda-feira (31), junto com a proposta Orçamentária para 2016. Ministros do núcleo político do governo, no entanto, ainda tentam dissuadir a equipe econômica. O martelo será batido até este domingo (30). Na noite desta terça, Temer se reuniu com empresários em jantar na Fiesp e disse que quer ser o "advogado" do setor produtivo na superação da crise. Durante o encontro, ouviu críticas ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e, segundo relatos, não fez nenhum defesa enfática da presidente. Nesta sexta-feira (28), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ironizou a proposta do governo : "Acho que o governo pode unir o PMDB novamente com a nova CPMF. Todos contra: eu, Michel Temer e Renan Calheiros".

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