segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Mercedes Benz confirma 1.500 demissões e operários entram em greve


A Mercedes-Benz confirmou nesta segunda-feira (24) a demissão de 1.500 funcionários, a partir do dia 1º de setembro deste ano. Após a decisão da empresa, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo anunciou o início de uma greve com 7.000 funcionários por tempo indeterminado. A multinacional fabricante de ônibus e caminhões, que hoje conta com um quadro composto por 10 mil funcionários, justifica o desligamento em massa devido ao excesso de pessoas trabalhando na fábrica diante da drástica queda nas vendas no mercado nacional, situação que tem elevado a ociosidade para quase 50% na montadora. As demissões ocorrerão na unidade localizada em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo. Desde 2014, a empresa tem adotado medidas — como férias coletivas, lay-off (suspensão do contrato de trabalho), licença remunerada — para evitar a queda na produção de caminhões e ônibus, de 44% e 29%, respectivamente, no acumulado de janeiro a julho deste ano. A assessoria não informou números relativos à adesão no Programa de Desligamento Voluntária (PDV) disponibilizado pela Mercedes-Benz aos funcionários: "Apenas podemos dizer que os números são muito baixos". Em comunicado, a Mercedes-Benz afirma que "as expectativas de vendas em 2016 são negativas e não existe previsão de recuperação no próximo ano". Os trabalhadores afetados foram notificados na sexta-feira (21), disse um porta-voz da Daimler nesta segunda-feira (24). Entre janeiro e julho deste ano, a produção da cadeia automotiva acumulou queda de 18,1% em relação ao mesmo período de 2014, o pior resultado desde 2006. O Ministério do Trabalho estima que 38,7 mil postos tenham sido fechados neste período. O mercado brasileiro de caminhões vem em queda desde o começo de 2013, com a economia fraca, inflação alta e condições difíceis de financiamento limitando investimentos em veículos comerciais. A Daimler cortou cerca de 3 mil empregos no Brasil na época, reduzindo sua força de trabalho para 11.854 trabalhadores até o fim de junho. A companhia tem mais de 280 mil funcionários no mundo. No começo deste mês, a companhia alemã havia dito que ainda tinha cerca de 2.000 funcionários excedentes na fábrica em São Bernardo, que tem funcionado a menos de 60% da capacidade.

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