quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Jornal El Nuevo Herald afirma que os petistas Lula e José Dirceu trabalhavam para empresas brasileiras na Venezuela

Documentos obtidos pelo jornal americano "El Nuevo Herald" afirmam que o ex-presidente Lula X9 (ele delatava companheiros para o Dops paulista durante a ditadura militar, conforme Romeu Tuma Jr, em seu livro "Assassinato de reputações"), após deixar o cargo, atuou a favor de empresas brasileiras junto ao governo da Venezuela e participou de uma reunião com Hugo Chávez e o ex-ministro José Dirceu em Caracas. O diário, sediado em Miami, é voltado à comunidade latino-americana, principalmente aos exilados cubanos, e crítico aos governos de esquerda da região. De acordo com o jornal, José Dirceu foi descrito pelos venezuelanos como "representante de Lula" e se encontrou em várias ocasiões com o líder venezuelano e com o hoje presidente Nicolás Maduro, à época responsável pelas Relações Exteriores. Segundo documentos citados pela publicação, Lula pretendia fazer em 2011 uma reunião com Chávez com a presença de Emilio Odebrecht, filho do fundador da empreiteira, e participaria de um outro encontro com o líder venezuelano, desta vez com a presença apenas de José Dirceu. O "Nuevo Herald" afirma que as informações da reportagem, publicada nesta quinta-feira (6), se baseiam em documentos e informes da Embaixada da Venezuela no Brasil produzidos ao longo de 2011. O jornal diz que, meses após deixar a Presidência, Lula pediu à embaixada uma reunião com um "empresário de sua total confiança" que queria importar ferro e derivados de petróleo do país vizinho. "No domingo 29 de maio (de 2011), chegará a Caracas José Dirceu e a sugestão de Lula é que o presidente Hugo Chávez o receba no domingo à noite ou na segunda-feira para adiantar alguns temas, entre eles o de Cuba", diz trecho de um documento citado pelo jornal. Dias depois, ainda de acordo com o "Nuevo Herald", José Dirceu viajaria a Havana, voltaria a Caracas com Lula e estaria "à disposição" de Chávez para um encontro. Em 2011, primeiro ano do mandato de Dilma Rousseff, José Dirceu estava com os direitos políticos cassados e aguardava o julgamento do Mensalão do PT, no qual seria condenado. A principal atividade do ex-ministro na época era a administração de sua empresa de consultoria, hoje suspeita de receber propina de empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobras. O jornal diz que os temas das reuniões não estão detalhados, mas um dos pontos abordados era a campanha eleitoral no país vizinho em 2012. Afirma que Lula e José Dirceu pretendiam formar no Brasil um "comando de apoio" à reeleição de Chávez. Uma ideia, que acabou concretizada, era levar o marqueteiro João Santana, responsável pelas campanhas do PT à Presidência, para trabalhar na reeleição de Chávez. O venezuelano foi reeleito, mas morreu meses depois, em março de 2013, em decorrência de câncer. Lula disse ao embaixador venezuelano, de acordo com a reportagem, que a possibilidade de derrota de Chávez o preocupava e seria "pior do que a queda do Muro de Berlim".

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