sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Goldman Sachs diz que Moody's pode cortar rating do Brasil em 2 degraus ainda neste mês de agosto


O Goldman Sachs acredita que aumentou a probabilidade de o Brasil perder o grau de investimento, o que pode acontecer ainda neste mês. "A Moody's pode mover-se para fazer o rebaixamento do rating soberano em um degrau, para Baa2, mantendo a perspectiva negativa (potencialmente em até dois degraus, mudando para grau especulativo)", afirmam os economistas do banco americano, Alberto Ramos, Mauro Roca e Tiago Severo, em relatório distribuído nesta sexta-feira (7). No documento, eles comentam sobre os eventos que podem ocorrer no "agitado" mês de agosto para a economia brasileira. O cenário-base do banco, porém, é que isso possa ocorrer no ano que vem. "Ainda vemos risco significativo de piora adicional devido à combinação de fatores externos, muitos catalisadores negativos domésticos e o aumento da probabilidade de que o Brasil vai perder o grau de investimento em 2016", avaliam. O Goldman revisou para baixo as perspectivas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A projeção agora é de recuo de 2,1% em 2015 e contração de 0,25% em 2016. A equipe do banco cita a recente deterioração "acentuada" dos indicadores da economia real, o aperto das condições de crédito e financeiras, a rápida piora do mercado de trabalho, a queda adicional da confiança dos consumidores e dos empresários, no segundo trimestre, e as crescentes incertezas políticas e institucionais. "O quadro macroeconômico e o cenário político/institucional se deterioraram drasticamente nas últimas semanas e há uma preocupação crescente de que eles podem ficar significativamente piores antes de melhorarem", afirmam os economistas. A equipe do Goldman destaca que as condições de governabilidade foram comprometidos pela forte queda na popularidade do governo Dilma Rousseff, o impasse político e o atrito institucional. Consequentemente, investidores locais e estrangeiros estão cada vez mais preocupados de que o ajuste macroeconômico já desafiador se torne uma crise macroeconômica mais árdua e com ruptura. "Em essência, o mercado vem elevando a probabilidade de observar um 'evento de cauda' negativo (evento extremo) no Brasil", afirmam. (O Financista).

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