quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Doleira Nelma Kodama movimentava R$ 1 milhão por diz, admite ex-bancário do Banco do Brasil


O ex-bancário Rinaldo Gonçalves de Carvalho, demitido do Banco do Brasil acusado de envolvimento em operações ilegais de câmbio, disse à CPI da Petrobras que a doleira Nelma Kodama, ligada a Alberto Youssef, chegou a movimentar R$ 1 milhão por dia na agência onde trabalhava, em São Paulo (SP). Rinaldo Gonçalves de Carvalho disse que essa movimentação durou cerca de seis meses, em 2014. Segundo ele, o dinheiro era transferido no final de cada expediente para a corretora TOV, do doleiro Raul Srour, que atuava junto com Nelma Kodama em operações de câmbio. Kodama foi condenada a 18 anos de prisão por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O depoimento de Nelma Kodama à CPI, em maio, fez a comissão focar suas investigações na atuação de operadores de câmbio e bancos. Os deputados querem entender o funcionamento do esquema de envio de dinheiro para o exterior utilizado pelos doleiros do grupo de Alberto Youssef. Kodama, que é ligada a Youssef, comandava um grupo responsável por abrir empresas de fachada e enviar dinheiro para o Exterior por meio de operações fictícias de importação. Na última quinta-feira (13), um operador ligado a Nelma Kodama, Lucas Pacce Jr., confirmou à CPI a existência de brechas legais e de falhas na fiscalização da atividade dos doleiros. Pacce disse que o Banco Central facilitou as irregularidades ao permitir que as corretoras atuassem como bancos no mercado de câmbio a partir de 2006. Kodama operava junto com a TOV. Rinaldo Gonçalves de Carvalho admitiu que recebeu dinheiro de Kodama para gerenciar contas. “Foram empréstimos”, disse, ao responder pergunta do relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ). “Mas o senhor pagou o empréstimo?”, perguntou o deputado. “Não”, respondeu o ex-bancário. Ele disse que não sabia que as contas que gerenciava tinham relação com operações ilegais do doleiro Alberto Youssef e atribuiu responsabilidade aos gerentes do Banco do Brasil. “Nada é feito no Banco do Brasil sem o conhecimento de pelo menos dois gerentes, que tem também a obrigação de informar o Coaf sobre operações suspeitas”, disse. 

Um comentário:

Cavallier Bus disse...

UM ESPAÇO DA "CAIXA PRETA" DA ROUBALHEIRA DO BRASIL SENDO FINALMENTE ESCANCARADA.