terça-feira, 11 de agosto de 2015

Câmara protocola interpelação judicial contra a advogada Beatriz Catta Preta pelas "ameaças" que ela diz ter sofrido


A Câmara dos Deputados protocolou na última sexta-feira uma interpelação na Justiça Federal de Barueri (SP) na qual cobra informações da advogada Beatriz Catta Preta, defensora de nove delatores da Lava Jato. Ela afirmou em entrevista à Rede Globo estar sendo ameaçada por integrantes da CPI da Petrobras. A ação foi ingressada pela Procuradoria Parlamentar da Câmara. De acordo com o procurador, deputado federal Cláudio Cajado (DEM-BA), a interpelação pede para que Beatriz Catta Preta informe quem a ameaçou e de que forma se deram essas ameaças. "A instituição sentiu-se prejudicada por essas acusações genéricas", disse Cajado. O deputado afirma que a advogada não é obrigada a responder. No entanto, caso isso aconteça, a Câmara promete ingressar com uma ação judicial por difamação e danos morais. "Nós não estamos a ameaçando. Nós estamos democraticamente tentando clarear as acusações. Queremos que a sociedade e os membros da Casa possam ter essas informações", disse Cajado. De forma misteriosa, Beatriz Catta Preta renunciou à defesa do lobista Julio Camargo, delator do Petrolão do PT que implicou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no esquema de corrupção. Ela também renunciou à defesa de outros dois delatores da Operação Lava Jato: Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobras, e o lobista Augusto Ribeiro de Mendonça, além de Paulo Roberto Costa e seus familiares. Em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, a advogada atribuiu sua saída do caso à perseguição por integrantes da CPI da Petrobras que tentaram convocá-la para prestar depoimento. O colegiado questionou a legalidade dos honorários pagos a Catta Preta por seus clientes da Lava Jato.

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