quinta-feira, 6 de agosto de 2015

ALTA CÚPULA DA ODEBRECHT JÁ DISCUTE A DELAÇÃO PREMIADA DE SEU PRESIDENTE MARCELO, ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS


Desanimados com a evolução da Operação Lava Jato, integrantes da cúpula da empreiteira Odebrecht começaram a discutir, reservadamente, cenários envolvendo um acordo de delação premiada de seu presidente, Marcelo Odebrecht, com a Justiça. Um interlocutor da empreiteira próximo a Emílio Odebrecht, pai de Marcelo, relatou em conversas reservadas que uma das preocupações do grupo que cogita a colaboração é que, diante do volume de delações premiadas –22 até agora– na Lava Jato, o executivo preso que falar por último terá pouco a colaborar com os investigadores. Isso dificultará um acordo e, consequentemente, um alívio na eventual punição (pena de prisão) de Marcelo Odebrecht. O temor cresceu após membros da empresa dizerem ter informações de que o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, está negociando efetivamente uma colaboração em troca de benefícios judiciais. Nesta quarta-feira (5), a Justiça Federal do Paraná já condenou Léo Pinheiro a 16 anos de reclusão, em primeiro grau. O laço se fecha. A avaliação de pessoas próximas a Marcelo é que, se Léo Pinheiro falar, o dono da Odebrecht ficará mais isolado. Os empresários Ricardo Pessoa, dono da UTC, o ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, e o ex-vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite, já colaboraram com as investigações sobre desvios na Petrobras em busca de abrandamento da pena. Nas palavras de um amigo de Marcelo, ''se ele tiver que falar, melhor que fale logo''. Não há confirmação se a idéia de membros da cúpula da Odebrecht já foi discutida com Marcelo. O recurso da delação, no entanto, enfrenta oposição dos advogados atuais do executivo. A defensora do empresário, Dora Cavalcanti, rechaça a colaboração. A possibilidade de delação do executivo já chegou à Polícia Federal em Curitiba. Desde que foi decretada a segunda prisão preventiva de Marcelo, no último dia 24, investigadores começaram a receber informações de que ele poderia fazer um acordo. Assim como as demais empresas envolvidas na Lava Jato, representantes da Odebrecht procuraram a CGU (Controladoria-Geral da União) para colher informações sobre como funciona o acordo de leniência. 

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