domingo, 5 de julho de 2015

Ricardo Pessoa será ouvido em inquérito contra Gleisi Hoffmann

O juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato no Paraná, autorizou o deslocamento do empreiteiro Ricardo Pessoa para que ele seja ouvido pela Polícia Federal em São Paulo em inquérito do qual a senadora e ex-ministra da Casa Civil, a petista Gleisi Hoffmann (PT-PR), é alvo. Ricardo Pessoa, que é dono da UTC Engenharia e um dos delatores da Lava Jato, será ouvido pela Polícia Federal em São Paulo no próximo dia 8 para esclarecer se a senadora e ex-ministra petista foi beneficiária do esquema responsável por desviar bilhões da Petrobrás. Em acordo de delação premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Pessoa diz ter dado R$ 3,6 milhões como "caixa 2" a tesoureiros petistas. A oitiva de Pessoa já havia sido autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), em maio. O magistrado já autorizou que sejam ouvidos no inquérito contra a petista Ronaldo Balthazar, tesoureiro da campanha de Gleisi; Marcelo Odebrecht (Odebrecht); José Agusto Zaniratti (coordenador da campanha); João Auler (presidente do Conselho da Camargo Correa); e José Aldemário Pinheiro, conhecido como Léo Pinheiro, da OAS, além do "mensageiro" do doleiro Alberto Youssef, Rafael Ângulo, que também firmou acordo de delação com o Ministério Público. Marcelo Odebrecht, que está preso pela Operação Lava Jato, já foi ouvido pela Polícia Federal em maio para prestar esclarecimentos que envolvem a senadora. Gleisi disse ainda que também entrou em contato diretamente com Marcelo para pedir doações à sua campanha de 2010. Gleisi é alvo de inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal em março depois de ter sido citada por pelo menos dois delatores da Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa. Ambos disseram a investigadores que atuaram para que a então candidata ao senado recebesse R$ 1 milhão para financiar sua campanha de recursos provenientes de desvios da estatal. Costa disse ter sido procurador por Youssef para "ajudar" a campanha da petista com R$ 1 milhão. O pedido foi confirmado posteriormente pelo doleiro, também em depoimento a investigadores da Lava Jato. A senadora, contudo, nega as acusações. Ela disse ainda à PF que o dinheiro recebido da Odebrecht, UTC e de outras empreiteiras investigadas é fruto de doações legais, devidamente registradas no TSE.

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