quarta-feira, 1 de julho de 2015

PESQUISA DA FECOMÉRCIO REVELA QUE CRISE AMPLIFICA PROBLEMAS DOS INADIMPLENTES

O percentual de famílias gaúchas com contas em atraso que não terão condições de pagá-las nos próximos 30 dias voltou a crescer em junho, mostrando um aumento de consumidores inadimplentes e a dificuldade que as famílias enfrentam para se organizar diante do novo cenário da economia. O percentual de famílias sem a perspectiva de pagamento de dívidas em atraso no horizonte de 30 dias atingiu 13,1% em junho deste ano, contra 4,4% no mesmo mês do ano anterior. O dado faz parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor – PEIC-RS, divulgada nesta quarta-feira (1) pela Fecomércio-RS. O levantamento ouviu 600 famílias no Rio Grande do Sul. Conforme a PEIC-RS, o mês se encerrou com um aumento significativo no percentual de famílias gaúchas endividadas. O índice alcançou 60,5% contra 54,0% apurados no mesmo período do ano passado. Considerando a média de 12 meses, o endividamento dos gaúchos apresentou leve alta, passando de 55,1% em maio para 55,6% em junho. Apesar da alta na comparação anual, o nível de endividamento ainda está abaixo do padrão histórico. “Nos últimos meses, a demanda por crédito ficou mais restrita pelos juros mais altos e pela menor confiança dos consumidores. Além disso, houve também restrições por parte dos ofertantes de crédito. Tudo isso ajuda a explicar a dinâmica recente do endividamento das famílias”, comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. Ele destacou também a importância do consumo consciente, com a necessidade de as famílias manterem suas contas em dia para que possam continuar comprando. O percentual de famílias com contas em atraso também cresceu, passando de 20,0% em junho/2014 para 23,3% em junho/2015. “Os juros altos e a inflação persistente são fatores determinantes para o aumento do percentual de famílias que não têm condições de honrar suas dívidas”, ponderou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. A pesquisa ainda evidencia estabilidade na parcela de renda comprometida com o pagamento de contas. Na média em 12 meses, permaneceu em 30,1% (junho/2015), contra 30,0% em maio de 2015. O tempo de comprometimento, também na média de 12 meses, registrou um pequeno recuo, saindo de 7,7 meses em maio desde ano para 7,6 meses em junho último. O cartão de crédito segue liderando como o principal meio de dívida dos gaúchos, detido por 83,9% dos entrevistados, seguido por carnês (21,5%) e financiamento de veículos (18,6%).

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