terça-feira, 14 de julho de 2015

Citado em delação, assessor do Planalto será substituído


Assessores do Palácio do Planalto informaram que a saída de Manoel de Araújo Sobrinho, chefe de gabinete do ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Edinho Silva, foi acertada e será efetivada nos próximos dias. Sobrinho chegou ao Planalto junto com o ministro, no início de abril, e foi apontado pelo dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, em delação premiada, como responsável por acertar doações de 7,5 milhões de reais para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014. O valor, segundo o relato do delator, foi obtido por meio de pressão à empreiteira, para que ela pudesse continuar a ter contratos com a Petrobras. A saída de Sobrinho, que ocupa oficialmente um cargo de confiança (DAS 5), ganhando 11.200 reais por mês desde 19 de maio, foi negada por ele e pelo ministro Edinho Silva. Mas o afastamento dele seria uma estratégia para tentar reduzir a crise e afastá-la do Planalto. Com a saída de Sobrinho, o ministro seria poupado. Edinho assegurou, no entanto, que o chefe de gabinete "não sai". Disse que seu assessor até "pensou" em deixar a Secom por "problemas pessoais", mas reiterou que ele fica no cargo. Sobrinho, porém, não estava na segunda-feira no Planalto. As funções dele foram desempenhadas por Alan Ferreira da Silva, que também trabalhou na campanha da presidente Dilma Rousseff. Silva substituirá Sobrinho no cargo. Sobrinho também negou estar de saída da secretaria. "Isso é intriga", disse ele, por telefone, insistindo que "não é verdade" que vai se afastar do cargo. "Nós só colocamos uma pessoa a mais ali na equipe para auxiliar, por conta da demanda", disse, para justificar a chegada de Silva. O agravamento da crise política que atinge o governo foi objeto de uma nova reunião convocada por Dilma, na noite de domingo, no Palácio da Alvorada. No encontro estavam presentes, além de Edinho, os ministros Ricardo Berzoini, das Comunicações, e José Eduardo Cardozo, da Justiça. Edinho antecipou sua volta para Brasília a pedido da presidente. O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, também foi chamado para o encontro. Dilma costuma tratar das crises políticas diretamente com os ministros do PT, que compõem o "núcleo duro" de seu governo. 

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