terça-feira, 28 de julho de 2015

Americano que espionou para Israel ganha liberdade condicional

O americano Jonathan Pollard, 60, detido desde 1985 e condenado à prisão perpétua por espionar para Israel, estará em liberdade condicional a partir do dia 21 de novembro. A decisão, tomada por uma corte federal, foi anunciada pelos advogados de Pollard nesta terça (28) e confirmada por funcionários do Departamento de Justiça dos EUA ao jornal "The New York Times" –o governo americano poderia, se quisesse, ter vetado a libertação alegando razões de segurança nacional. Segundo a defesa do espião – que, apesar dos esforços de sucessivos governos israelenses para libertá-lo, continuou preso por décadas –, ele será obrigado a permanecer nos Estados Unidos por cinco anos após sair da prisão.

Os advogados afirmaram ainda que a decisão da corte federal foi unânime e "não relacionada a acontecimentos recentes no Oriente Médio". O secretário de Estado americano, John Kerry, negou que a libertação de Pollard tenha o objetivo de reduzir as tensões com Israel depois da assinatura do acordo nuclear com o Irã. O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, é o principal crítico do pacto firmado com os iranianos pelo governo do presidente Barack Obama. Autoridades israelenses, por sua vez, disseram que a medida não altera em nada a oposição do país ao acordo com o Irã, embora o primeiro-ministro Netanyahu tenha saudado a libertação de Pollard em um comunicado. No ano passado, especulou-se que a soltura do espião seria usada por Kerry como peça nas negociações de paz no Oriente Médio, visando facilitar a liberação de palestinos presos em Israel. Com o fracasso daquela rodada de negociações, a proposta foi deixada de lado. Pollard era analista de inteligência da Marinha dos EUA quando foi preso, em 21 de novembro de 1985, por roubar documentos do Comando de Inteligência Naval. Ele se declarou culpado em 1986 e foi sentenciado no ano seguinte. Seus apoiadores alegam que grande parte da informação secreta que ele passou a Israel, país aliado da Casa Branca, não causou nenhum dano e era material ao qual a inteligência israelense já tinha tido acesso. Segundo sua defesa, o espião sofre de diabetes e pressão alta. Os advogados disseram esperar que Obama dispense a exigência de ficar por cinco anos nos Estados Unidos e permita que Pollard viaje para Israel tão logo seja solto.

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