segunda-feira, 1 de junho de 2015

Valcke teria autorizado envio de propina para ex-presidente da Concacaf, segundo jornal americano


A investigação dos EUA sobre esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a Fifa chegou a Jerôme Valcke, secretário-geral da entidade e braço direito do presidente reeleito Joseph Blatter. De acordo com o jornal "New York Times", autoridades americanas acreditam que Valcke teria autorizado a transferência de U$ 10 milhões (R$ 32 milhões) como propina para Jack Warner, ex-presidente da Concacaf (Confederação das Américas do Norte, Central e Caribe). O suborno faria parte de uma compra de votos por parte da África do Sul para ganhar o direito de organizar a Copa do Mundo de 2010. Warner foi um dos 14 indiciados, entre dirigentes e empresários de marketing esportivo, na Justiça dos EUA na semana passada por corrupção no futebol. Sete deles estão presos na Suíça (inclusive o ex-presidente da CBF, José Maria Marin), um teve a prisão domiciliar decretada no Paraguai (Nicolás Leoz, ex-presidente da Conmebol, a Confederação Sul-Americana) e Warner pagou fiança milionária em seu país, Trinidad e Tobago, para não ficar detido. Valcke não é citado nominalmente no documento da investigação do FBI, mas seria, de acordo com o "NY Times", o “alto dirigente da Fifa” que teria enviado 10 milhões de dólares para Warner em 2008, segundo a Justiça dos EUA. O dinheiro corresponderia à propina solicitada pelo próprio Warner para votar a favor da África do Sul na eleição para sede da Copa do Mundo de 2010 — que acabaria, de fato, sediada pelo país sul-africano. A investigação americana não explicita, no entanto, se o alto dirigente da Fifa em questão sabia que o dinheiro enviado servia como propina. O documento da Justiça dos EUA afirma que, por não conseguir pagar o suborno acertado com Warner, a Federação Sul-Africana solicitou à Fifa que mandasse para a Federação de Futebol do Caribe, afiliada à Concacaf, U$ 10 milhões da verba originalmente destinada à organização da Copa do Mundo. Danny Jordan, presidente do comitê organizador da Copa da África do Sul, reconheceu o envio de dinheiro à federação filiada à Concacaf, mas justificou que o dinheiro se destinava ao desenvolvimento do futebol nos países do Caribe. Ao "NY Times", Walcke afirmou por e-mail que não autorizou o pagamento e que sequer tinha autoridade para isso. Uma porta voz da Fifa afirmou que a autorização para o pagamento foi de Julio Grondona, presidente do Comitê Financeiro da entidade em 2008. Grondona, ex-presidente da Federação Argentina de Futebol (AFA), faleceu em 2014. 

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