segunda-feira, 1 de junho de 2015

Taxa básica de juros, a Selic, pode atingir nesta quarta-feira o maior patamar nos últimos nove anos

A taxa básica de juros, Selic, deverá chegar a 14% ao ano no fim de 2015. Se confirmada a previsão dos analistas do mercado financeiro, será a maior dos últimos nove anos, já que estava em 14,25% ao ano em agosto de 2006. As projeções constam do Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, e levam em conta um aumento dessa taxa na quarta-feira em 0,50 ponto porcentual, para 13,75% ao ano. Para 2016, há consenso em que a Selic ficará em 12% ao ano, o que embute a perspectiva de que haverá um afrouxamento monetário ao longo de 2016. É para o final do ano que o Banco Central  promete entregar a inflação no centro da meta de 4,5%.  "O aperto das políticas fiscal e monetária deverá ser acentuado ao longo de 2015, tornando a recuperação em 2016 não menos desafiadora", escreveram os consultores da Rosenberg & Associados em relatório a clientes. Por trás desse novo cenário de juros elevados está a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Este ano, o índice oficial do País deve encerrar com aumento de 8,39%, bem acima da meta perseguida pelo Banco Central. Esta foi a sétima semana consecutiva de elevação dessa estimativa. Para 2016, a projeção ficou estacionada em 5,50% mais uma vez. Apesar de mais amena, a taxa também segue acima do objetivo do Banco Central. Já o que justifica a elevação das previsões para o IPCA é a perspectiva de que os preços administrados pelo governo, como conta de luz e tarifas de transporte público, vão subir mais do que o esperado. Para este ano, o ponto central da pesquisa Focus avançou de 13,70% para 13,90%. Nessa área, a boa notícia veio nas previsões para 2016, que recuaram de 5,84% para 5,80%. Também só no ano que vem é que a atividade mostrará algum alívio, de acordo com o boletim Focus. Para este ano, a projeção central para o Produto Interno Bruto (PIB) voltou a piorar ao passar de uma retração de 1,24% para 1,27%. Pela sétima semana consecutiva, no entanto, foi mantida a expectativa de recuperação em 2016, quando a economia deve crescer, de acordo com os cálculos dos analistas, 1%. Para a indústria foram mantidas as previsões de queda de 2,80% para 2015 e de recuperação de 1,50% no próximo ano. Não houve nenhuma alteração também para o comportamento do câmbio: a Focus trouxe previsão central de R$ 3,20 para 2015 e de R$ 3,30 para 2016. Com o bom comportamento do câmbio, há menos alterações nos IGPs, índices de inflação do atacado e que são mais sensíveis a essas variações. As expectativas para este ano para o IGP-M, principal referência para os reajustes de aluguel, passaram de 6,97% para 6,87%. No caso do IGP-DI, a previsão de alta de 7,03% foi mantida. Para 2016, também não houve alteração da projeção de que os dois subirão 5,50%.

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