quarta-feira, 3 de junho de 2015

Senado convida Mujica a explicar confissão de Lula sobre mensalão

A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou nesta quarta-feira convite para que o ex-presidente do Uruguai, o ex-terrorista tupamaro José Mujica, dê detalhes sobre a confissão feita pelo ex-presidente Lula de que teve de “lidar com muitas coisas imorais e chantagens” durante o primeiro mandato de seu governo. A fala do petista seria a admissão de como o governo se envolveu no escândalo do Mensalão do PT. Em votação simbólica também foi aprovado pedido para que o ex-vice-presidente uruguaio Danilo Astori explique o caso. Por serem convites, nenhum dos dois políticos do Uruguai têm obrigação de comparecer à comissão. A confissão do ex-presidente Lula sobre o esquema do Mensalão do PT, o maior esquema de corrupção do primeiro mandato petista e que acabou levando a cúpula do PT para a cadeia, aparece no livro "Una Oveja Negra al Poder" ("Uma ovelha negra no poder"), escrito pelos jornalistas Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz com depoimentos de Mujica. Na publicação, o ex-presidente do Uruguai relata que, em 2010, ao conversarem sobre o escândalo do Mensalão do PT, o petista teria dito ao presidente uruguaio que aquela era “a única forma de governar o Brasil”. “Lula não é um corrupto como Fernando Collor de Mello e outros ex-presidentes brasileiros”, disse Mujica no livro, “mas viveu esse episódio do mensalão com angústia e um pouco de culpa”. O ex-vice-presidente uruguaio Danilo Astori também teria presenciado a declaração do petista e, por isso, o nome dele foi incluído no requerimento aprovado nesta quarta-feira na Comissão de Relações Exteriores. “Já que o ex-presidente é um grande defensor da ética, da moralidade e diz que político algum pode se envolver com dinheiro porque seria a deformação do quadro político, quero saber se essa análise dele exclui o presidente Lula e o PT”, disse o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), autor do requerimento para ouvir o ex-presidente do Uruguai. No início de maio, porém, José Mujica disse que não viria ao Brasil dar explicações sobre a confissão de Lula, mesmo que o Senado aprovasse o convite para que ele depusesse.

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