quarta-feira, 3 de junho de 2015

PT descumpre palavra expressa em resolução; tudo indica que não vai abrir mão da grana das empresas privadas. Não me diga!

Ai, ai… Em abril, numa das resoluções mais alopradas de sua história, o PT decidiu que não mais receberia doações de empresas privadas, embora seja a legenda recordista na área. E escreveu então: “Ao mesmo tempo que lutamos pelo fim do financiamento empresarial decidimos que os Diretórios Nacional, estaduais e municipais não mais receberão doações de empresas privadas, devendo essa decisão ser detalhada, regulamentada e referendada pelos delegados(as) ao 5º Congresso Nacional do PT. O Partido revitalizará a contribuição voluntária, individual dos filiados, filiadas, simpatizantes e amigos. Tais definições são coerentes com nosso Estatuto, segundo o qual ‘arrecadação básica e permanente do Partido é oriunda de seus próprios filiados’. Ao mesmo tempo, condizem também coerentemente com a nossa defesa de uma reforma política democrática que ponha fim à interferência do poder econômico nas decisões políticas.” Notaram? Observem que ali não está escrito que o congresso do partido se pronunciaria a respeito. Nada disso! A decisão já estaria tomada e iria apenas ser “referendada, regulamentada e detalhada”. E ponto. Nesta terça, Rui Falcão, presidente da legenda, afirmou que o que está escrito na resolução não vale. Era tudo conversa mole, cascata, mentirinha. O congresso do partido não vai nem debater o assunto. Fazendo de conta que aquele documento nunca existiu, o presidente do PT anuncia que o partido vai esperar a decisão do Congresso Nacional para, então, se posicionar. Ah, que falta de valentia! A resolução dava a entender que o PT havia escolhido um caminho, independentemente do que fizessem as demais legendas. E lutaria por ele na reforma política. Como a gente nota, o PT não se limita a fazer coisas que não diz. Também diz coisas que não faz. É uma piada grotesca. Por Reinaldo Azevedo

Nenhum comentário: