quinta-feira, 11 de junho de 2015

Primo de Richa e oito fiscais do ICMS do Paraná estão foragidos, diz Promotoria

O empresário Luiz Abi Antoun, primo do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), é considerado foragido pelo Ministério Público Estadual. Sua prisão foi decretada na quarta-feira (10) e, até o início da noite desta quinta (11), não havia sido preso. Os promotores dizem não saber sequer se Abi Antoun, que Richa diz ser um primo "distante", está no país. Além dele, outras oito pessoas, auditores da Receita Estadual, que tiveram prisões decretadas pela Justiça, também não foram localizadas. Os pedidos de prisão integram a segunda fase da Operação Publicano, que investiga esquema de corrupção e sonegação fiscal na receita do Paraná. Na quarta-feira, 47 pessoas foram presas –ao todo, a Justiça expediu 68 mandados de prisão, sendo 50 contra auditores fiscais. A operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime, vinculado ao Ministério Público) apura a existência de um esquema organizado que cobra propina de empresários do Paraná. Auditores exigiam dinheiro de empresários para abater ou anular dívidas. Abi Antoun, primo, ex-assessor parlamentar e amigo de Richa, é considerado um dos mais influentes e importantes membros da organização criminosa, segundo denúncia dos promotores. "É evidente que Luiz Abi Antoun atua não apenas como ascendência sobre os maiores escalões da Receita, mas também com toda sua influência política no governo estadual", segundo trecho da denúncia do Gaeco. O documento traz foto de Richa ao lado de Abi Antoun e de Márcio de Albuquerque Lima, companheiro de corridas do governador e ex-inspetor geral de fiscalização da receita. Lima foi preso na quarta-feira. A denúncia também aponta que dinheiro da propina recolhida dos empresários abasteceu a campanha de reeleição de Richa, em 2014. O PSDB e o governador tucano negam a denúncia. "É uma super organização criminosa na receita que extrapola os limites do município (Londrina)", diz o promotor Renato de Lima Castro. Abi também é protagonista de outra operação do Gaeco, a Voldemort, que apura fraude em licitação para manutenção de veículos oficiais do governo. 

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