domingo, 21 de junho de 2015

Petrobras quer tirar poder de diretores e fortalecer gerentes

A diretoria da Petrobras começa, na próxima sexta-feira (26), a submeter ao conselho de administração as primeiras propostas para reestruturar o alto escalão da empresa, que prevê, ao fim do processo, menos poder aos diretores e mais responsabilidade aos gerentes. Uma das sugestões será a criação de seis vice-presidências, posicionadas entre o presidente da estatal e diretores. O desenho do primeiro escalão de executivos "não guarda relação com o atual modelo", informa um executivo a par das discussões. Pela proposta, a diretoria executiva será mantida, mas não deverão ter as mesmas atribuições atuais – que é cuidar das áreas de exploração e produção, financeiro, abastecimento, gás, governança, corporativa e engenharia. Está sendo estudada, ainda, a redução das gerências. A Petrobras enviou aos funcionários próprios e terceirizados um comunicado informando a submissão, ao conselho de administração, das "propostas de reavaliação" dos modelos de "governança e organização". Segundo o comunicado, na fase inicial "serão avaliadas propostas de estrutura de topo da organização, compreendendo os dois primeiros níveis gerenciais a partir da presidência". Diz ainda que o projeto "inclui ajustes no porte da estrutura, visando adequá-lo aos processos decisórios e de governança, necessários ao enfrentamento dos desafios que se apresentam à companhia". As primeiras sugestões foram resultado de um estudo que levou seis semanas, e incluiu entrevistas e pesquisas junto a gerentes, com o intuito de fazer o diagnóstico da atual estrutura de gestão e decisão. A expectativa, na diretoria, é que, uma vez aprovadas, as primeiras mudanças sejam implementadas ao longo de seis meses. No início deste mês, a Petrobras já havia informado que submeteria aos acionistas proposta para alterar o estatuto que pretende limitar o poder de decisão na mão dos diretores e impedir que o presidente assine sozinho atos da companhia, além de outras inovações. A avaliação dos atuais gestores, na diretoria e no conselho da Petrobras, é que há concentração de poder em poucos diretores e que, nos cargos de gerência, há "muito poder e pouca responsabilidade" entre eles.

2 comentários:

Ricardo Mendes Jr disse...

Não seria mais fácil os diretores serem, ou profissionais de carreira da empresa, ou profissionais do mercado indicados pelo presidente e o governo apenas escolher o presidente?
Como faz o conselho de acionistas de qualquer empresa do mundo? ou não?

Cristiano Arruda disse...

Isso me parece ser ordem vinda do estrangeiro. Isso tem nada a ver com o modelo "brasileiro" de denegrir (gerir à brasileira) uma empresa mista de tal porte.