segunda-feira, 8 de junho de 2015

O BNDES na Bolívia. Superfaturamento, pau nos índios e Lula no jatinho da OAS

Publicará amanhã o BRIO (www.brio.media/pt/watch-dog):
"Um passo fundamental para a entrada da OAS na Bolívia foram os entendimentos que levaram a empreiteira a substituir a Queiroz Galvão, expulsa do país acusada de não cumprir o contrato na construção da estrada Tarija-Potosí. A obra foi iniciada em 2003. A negociação entre os governos da Bolívia e do Brasil tentava evitar o rompimento do contrato de financiamento do BNDES para essa obra e os inevitáveis atrasos na execução. Como solução, em 2009, o projeto de 226 milhões de dólares foi repassado para a OAS, que deveria corrigir erros de execução e concluir a estrada. "Ocorre que a Tarija-Potosí era considerada pouco lucrativa. Quem acompanhou de perto a negociação garante: isso implicava que a OAS precisava receber outros contratos, de modo a compensar o prejuízo inevitável na obra deixada pela Queiroz. Para interlocutores brasileiros e bolivianos, o que nascera como solução técnica para um problema criado pela expulsão da Queiroz Galvão tornou-se um plano que misturava negócios privados, interesses políticos e o dinheiro do BNDES. "Especula-se que o orçamento generoso de 415 milhões de dólares para a estrada através da (reserva indígena) Tipnis tenha sido superfaturado para 'compensar' o negócio pouco atraente da Tarija-Potosí. Em seguida, a empresa também ganhou outra estrada, a Potosi-Villazón, onde mostrou ineficiência e atrasos". O traçado que passa pela reserva Tipnis, feito sem nenhum critério técnico, motivou protestos de índios e, ironia, a repressão violenta da parte do governo de Evo Morales. Em agosto de 2011, quando os índios resolveram fazer uma marcha até La Paz, Lula correu ao encontro do presidente boliviano, para tentar colocar água na fervura - a bordo de um jatinho da OAS.

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