terça-feira, 23 de junho de 2015

Juiz da Lava jato solta quatro executivos presos na sexta-feira

O juiz federal Sergio Moro mandou soltar nesta terça-feira (23) quatro investigados pela Operação Lava Jato que haviam sido presos na última sexta-feira (19). Entre eles está um ex-executivo da Odebrecht, Alexandrino Ramos de Alencar, que é apontado por delatores como o responsável por pagamentos de suborno no exterior –o que a empresa nega enfaticamente. Alexandrino pediu demissão na segunda-feira (22) e foi desligado da empresa. Eles tinham sido alvo de mandado de prisão temporária, que tem duração de cinco dias. O prazo vencia nesta terça-feira, mas os procuradores haviam pedido que Alexandrino tivesse sua prisão convertida em preventiva, que não tem prazo definido para acabar. O juiz, no entanto, refutou o pedido dos procuradores. "Efetuada a busca e colhida as primeiras declarações, a medida não se faz mais necessária, ainda que o quadro probatório em relação a elas ainda esteja carente de melhor esclarecimento", escreveu Moro na decisão. Ainda segundo o juiz, "talvez fosse o caso da preventiva, mas esta medida é extrema e a bem da presunção de inocência não deve ser prodigalizada". Os outros três libertados são a advogada Christina da Silva Jorge, e os executivos Antonio Pedro Campelo de Souza e Flávio Lúcio Magalhães. Christina é acusada de ter assumido uma empresa offshore e sua representante no Brasil, a Hayley, que os procuradores acusam de ter sido usada para pagar propina para a Odebrecht. O representante original da empresa era o engenheiro João Bernardi Filho, que foi da Odebrecht e que desligou-se da empresa há mais de uma década, mas aparece até hoje como sócio de uma empresa do grupo, ainda segundo os procuradores. A Odebrecht refuta que Bernardi tenha qualquer ligação com seus negócios atuais. Flávio Magalhães é diretor da Andrade Gutierrez e foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef de internalizar valores vindo da Venezuela de maneira fraudulenta. Antonio Pedro, ex-executivo da Andrade Gutierrez, foi preso sob acusação de ter assinado contratos de consultoria que não foram prestadas por Mario Goes, apontado como repassador de propina na Petrobras. Marcelo Odebrecht, presidente do grupo homônimo, e Otávio Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, continuam presos.

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