As finanças do Rio Grande do Sul foram tema de uma reunião convocada pelo governador do Estado, José Ivo Sartori (PMDB), na manhã desta segunda-feira (22) no Palácio Piratini. O encontro entre ele e representantes dos Três Poderes durou mais de três horas e foi realizado a portas fechadas. Sartori apresentou a secretários e membros do Legislativo e Judiciário um panorama das contas do Estado. Na saída do encontro, que não estava na agenda oficial do governador, o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, admitiu que, novamente, deve haver atraso no repasse de verbas a fornecedores e no pagamento da parcela de R$ 280 milhões da dívida com a União para poder manter em dia o salário dos servidores públicos no mês de junho. A dívida consolidada do Estado com a União é de R$ 54 bilhões. Feltes não especificou, no entanto, quais áreas devem ser atingidas. Ele disse ainda que a crise financeira "piora a cada mês", já que a arrecadação de ICMS está abaixo da previsão da Secretaria da Fazenda. Sobre o encontro do governador com representantes do Legislativo e Judiciário, Feltes afirmou que todos os órgãos são "solidários" na tentativa de buscar mecanismos para enfrentar a crise financeira. Novas reuniões para tratar o tema podem ser agendadas. Participaram do encontro o vice-governador José Paulo Cairoli, os presidentes do Tribunal de Justiçado estado, Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas, Procuradoria Geral do Estado, Defensoria Pública e secretários. O Palácio Piratini está tendo dificuldades para equilibrar as finanças e conseguir pagar os salários dos servidores em dia. Em maio, Sartori havia anunciado o parcelamento dos contracheques de 7,7% dos funcionários na folha de pagamento referente a maio. O anúncio, no entanto, mobilizou entidades sindicais que entraram com mandados de segurança para tentar evitar o fatiamento. A maioria obteve liminares junto ao Tribunal de Justiça do Estado. Para tentar reverter a decisão, a Procuradoria-Geral do Estado recorreu ao Supremo Tribunal Federal. O pedido foi negado e se manteve a decisão judicial para pagar em dia e de forma integral a remuneração dos servidores públicos. Para efetuar o pagamento, o Piratini atrasou o pagamento da parcela da dívida com a União referente ao mês de abril. O atraso foi usado pelo governo José Ivo Sartori para pagar a folha do mês do funcionalismo público. O governo do Estado afirmou ainda que recorreu a recursos junto ao Caixa Único pertencente ao Poder Judiciário, à Assembleia Legislativa e a órgãos públicos como Detran, CEEE e Corsan. A Secretaria da Fazenda informou que precisou cancelar repasses para prefeituras, hospitais públicos e outras despesas que estavam programadas para o final do mês, medida que deverá ser novamente adotada.
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