segunda-feira, 8 de junho de 2015

Deputado do PT de MG, da turma de Pimentel, contratou filho de empresário suspeito de operar caixa dois. Ou: Quem sai aos seus não degenera

Aos poucos, a República de Minas, sob o comando de Fernando Pimentel (PT), vai se mostrando mesmo um mundo de estranhas coincidências. Leiam trecho de reportagem Andréia Sadi, na Folha. Volto em seguida.

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O deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG) contratou por dois anos como assessor de seu gabinete um filho do empresário Benedito de Oliveira, ligado ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). Paulo Eduardo Pitrez de Oliveira foi nomeado em 14 de novembro de 2012 como assessor do deputado mineiro e ganhava R$ 4.808 por mês. Em março de 2013, ele começou a estudar na parte da manhã, segundo o congressista, e seu salário caiu para R$ 2.595 mensais. Ele foi exonerado a pedido em outubro do ano passado. “Faço questão de reiterar a competência e profissionalismo do Paulo”, afirmou o deputado àFolha.
Paulo é filho de Bené, como é conhecido o empresário que foi preso na Operação Acrônimo da Polícia Federal no dia 29 de maio, junto com outras três pessoas, por suspeita de associação criminosa. Os quatro deixaram a prisão no mesmo dia, depois do pagamento de uma fiança total de R$ 188 mil. Em outubro do ano passado, uma aeronave do empresário foi apreendida no aeroporto de Brasília com R$ 113 mil em dinheiro vivo.
(…)
Gabriel e Bené têm relação além da política. Em 2014, eles viajaram para Punta del Este, no Uruguai, junto com o governador Fernando Pimentel, ex-ministro do governo Dilma, e suas mulheres. Na semana passada, a Folha revelou que Gabriel e seu pai, o ex-deputado Virgílio Guimarães, usaram o avião de Bené na véspera da apreensão feita pela PF em outubro. A casa de Virgílio foi alvo de busca da PF na operação da semana passada. A polícia suspeita que Bené tenha uma “sociedade dissimulada” com Virgílio. Para a PF, o ex-deputado recebeu pelo menos R$ 750 mil de Bené. 
Voltei
O ex-deputado federal Virgílio Guimarães é mesmo uma figura ímpar no PT. Foi por suas mãos que o publicitário Marcos Valério chegou ao partido e começou, como posso dizer?, a operar.
E é também o amigão do peito de Bené, que já era figura de proa no partido em 2010, quando o mensalão ainda estava sendo investigado. Ele pagava o aluguel da casa que serviu à pré-campanha de Dilma, coordenada então por… Fernando Pimentel. Reportagem da VEJA revelou que o grupo havia montado uma estrutura de arapongagem para produzir dossiês contra adversários do PT.
Ah, sim: naquele tal avião em que viajavam Bené e o deputado Gabriel Guimarães, também estavam Pimentel e sua atual mulher, Carolina, que tinha uma empresa no mesmo endereço em que Bené mantinha uma das suas — no caso, fantasma.
Quanto a Gabriel, dizer o quê? Quem sai aos seus não degenera. O pai deve estar orgulhoso de sua cria. Por Reinaldo Azevedo

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