quarta-feira, 10 de junho de 2015

CONCESSÕES – O PT é sempre o pior e mais caro caminho entre dois pontos

O governo bata bumbo o quanto quiser com o seu chamado pacote de concessões ou Segunda Fase do PIL (Programa de Investimento em Logística). Se sair tudo o que está no papel, é claro que será bom. Mas não pensem que é muito dinheiro porque, definitivamente, não é. Basta atentar para a ordem de grandezas. O tal pacote alcança a cifra vistosa de R$ 194 bilhões. Ao longo dos anos. Até 2018, fim do mandato de Dilma, estão previstos R$ 69,2 bilhões. O restante, a perder de vista, a partir de 2019. O previsto para o mandato de Dilma é quase igual ao valor que foi contingenciado no Orçamento de 2015: R$ 69,9 bilhões. Entenda-se: não estou misturando os dinheiros. Estou apenas deixando claro que se espera de investimentos em quatro anos o correspondente ao corte de gastos previstos em um único ano. É pouco para o tamanho do gigante e para as necessidades. Nesses R$ 69,2 bilhões, estão os R$ 20 bilhões das promessas feitas pelos chineses.
Privataria?
O PT se orgulhava de ter inaugurado um novo sistema de concessões: em vez de escolher a melhor proposta para a outorga, escolhia o preço mais baixo do serviço, oferecido pela futura concessionária. Explico. Naquele que os petistas chamavam “modelo tucano”, o governo estabelecia um valor mínimo para a outorga e fazia um leilão: quem oferecesse o valor maior levava, e o dinheiro era recolhido ao Tesouro. A concessionária, então, conseguia os recursos para os investimentos tão logo começava a operar. Nesse sistema, os serviços prestados aos usuários tendem a ser mais caros, mas as obras tendem a ser mais rápidas. Sempre deu certo. Mas o PT decidiu fazer as coisas à sua maneira: deixou de cobrar pelas outorgas e declarava vencedor quem oferecesse o preço mais baixo para operar o serviço — a menor tarifa. O resultado é falta de investimento. Dilma, ainda ministra, tentou esse modelo na privatização de estradas. Resultado: elas continuaram ruins, mas aí com pagamento de pedágio, só que baratinho… É o caso em que vale o clichê: o barato sai caro. Esqueçam o modo petista. Os companheiros mudaram isso também. Agora, aquele modelo dito tucano, que alguns chamaram “privataria”, passou a ser adotado pelo petismo. De resto, convenham: “privataria” de verdade é o modelo desenvolvido pelos companheiros, né? Empresas privadas recebem o filé-mignon de graça, passam a arrecadar pelo serviço (pedágio baratinho, por exemplo) e se desobrigam, por um tempo razoável, de fazer novos investimentos. É por isso que não deu certo. O PT é sempre o pior e mais caro caminho entre dois pontos. Por Reinaldo Azevedo

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