quarta-feira, 17 de junho de 2015

Caso Fifa: Suíça identifica 53 transações suspeitas para Copas de 2018 e 2022


O procurador-geral da Suíça, Michael Lauber, afirmou nesta quarta-feira que o Ministério Público local identificou ao menos 53 transações suspeitas depois da apreensão de cerca de nove terabytes de dados na sede da Fifa, como parte de uma grande investigações sobre supostas irregularidades no processo de escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018, na Rússia, e 2022, no Catar. A Procuradoria examinou 104 relações bancárias, fornecidas por bancos e instituições que combatem a lavagem de dinheiro, e encontrou 53 casos suspeitos. Contas já foram bloqueadas e uma série de evidências foram colhidas. Segundo Lauber, a Justiça suíça cogita interrogar Joseph Blatter e Jérôme Valcke, os dois dirigentes mais importantes da Fifa. "Teremos entrevistas com todos os atores de interesse e não excluímos entrevistar o presidente da Fifa e seu secretário-geral". Segundo Lauber, foram confiscados nove terabytes de documentos (o equivalente a mais de 600 milhões de páginas de texto). A Procuradoria da Suíça criou um grupo de trabalho para avaliar as contas, com especialistas em crime financeiro, procuradores e especialistas da polícia. Nos últimos anos, a Fifa se transformou em uma potência econômica, com mais de 1,5 bilhão de dólares (4,5 bilhões de reais) em fundos e movimentando a cada Copa do Mundo mais de 5 bilhões de dólares (15,5 bilhões de reais). O MP suíço insiste em não dar informações extras sobre os suspeitos e sobre as contas, alertando que existe o "risco de perda de evidências". Nos Estados Unidos, o Departamento de Justiça havia apontado para um esquema que envolveu 150 milhões de dólares (466 milhões de reais). Os suíços, porém, evitam falar em números por enquanto. No dia 27 de maio, a pedido da Justiça americana, os suíços prenderam sete dirigentes em Zurique, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin. Em seguida, o Ministério Público suíço também lançou uma operação para confiscar milhares de documentos na Fifa e em empresas relacionadas com o caso. Uma delas é a Kentaro, agência que organizou entre 2006 e 2012 todos os amistosos da seleção brasileira. O alvo da investigação é a suposta compra de votos para a escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022. Entre os suspeitos está Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF e que votou no Catar.

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