quinta-feira, 25 de junho de 2015

Câmara analisa se mantém ou apaga "briga da mandioca"ais da Casa



Alçada momentaneamente a rainha da horta pela presidente Dilma Rousseff, a mandioca levou deputados de oposição e governo a quase trocarem sopapos durante a madrugada e, até a tarde desta quinta-feira (25), ainda era foco de uma incógnita na Câmara. A área técnica da Casa analisava se mantinha ou se retirava dos anais o registro do bate-boca ocorrido nos primeiros minutos desta quinta. A polêmica começou quando, durante a votação do projeto que revê a desoneração da folha de pagamentos de vários setores da economia, a oposição resolveu abordar a confusa homenagem feita por Dilma à planta de raiz protuberante e comestível. Na terça, a presidente era a estrela da abertura dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas e, devido à relação da mandioca com a cultura indígena, resolveu fazer uma particular homenagem cujo desfecho foi este: "Então, aqui, hoje, eu tô saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil". Na votação da Câmara, Nilson Leitão (PSDB-MT) foi aos microfones já na madrugada dizer que a revisão da desoneração da folha de pagamento das empresas era um atentado contra a população brasileira. E emendou: "A mandioca é o que ela está colocando nos brasileiros com esse projeto de lei". O líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), rebateu de pronto afirmando que Dilma havia sido desrespeitada e pediu ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que retirasse a expressão chula dos anais da Casa. "Ou ele (Leitão) faz autocrítica ou não merece mais respeito por ter usado essas palavras de baixo calão contra a presidente". Fora dos microfones, deputados do governo e da oposição se estranharam, o que levou Cunha a acionar a Polícia Legislativa para ajudar o grupo do deixa-disso a evitar o pior. Ao final, com os ânimos menos exaltados, Cunha determinou à assessoria da Casa que analisasse os registros da confusão e que excluísse dos anais qualquer expressão considerada ofensiva. Até as 15 horas desta quinta-feira a Câmara ainda não havia decidido se a briga da mandioca permanecerá ou não nos registros oficiais.

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