sexta-feira, 8 de maio de 2015

Operários da Volvo entram em greve em Curitiba

Metalúrgicos do turno da manhã do complexo industrial da Volvo em Curitiba (PR) entraram em greve nesta sexta-feira, 8, por tempo indeterminado. A paralisação foi deflagrada um dia após a montadora anunciar que vai encerrar o segundo turno de produção de caminhões a partir da próxima segunda-feira, 11. A decisão da direção da empresa deve provocar um excedente de 600 trabalhadores, segundo o cálculo da própria companhia. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, a multinacional divulgou na tarde de quinta-feira um comunicado interno "ameaçando iniciar as demissões de trabalhadores na próxima segunda-feira". Com o anúncio, os trabalhadores da manhã se reuniram em assembléia, aprovaram a greve e voltaram para casa. Uma nova assembleia será realizada com funcionários do turno da tarde para decidir se também paralisam. Na segunda-feira, estão previstas novas assembléias.  


Os trabalhadores exigem que a empresa "cumpra o compromisso" que teria assumido esta semana com o Ministério Público, de construir junto com o sindicato alternativas para preservar os empregos. Na última proposta apresentada, a empresa propôs manter, até dezembro deste ano, os 600 empregos que se tornaram excedentes, mas com redução em 50% da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), para R$ 15 mil, e reajuste salarial apenas pela inflação, sem ganho real. O sindicato alega que a maioria dos trabalhadores rejeitou a proposta. "Estamos abertos a negociação, (...) porém, a empresa tenta, de forma oportunista, atrelar a preservação de emprego a flexibilização de direitos e salários. O que não aceitamos. Garantir emprego com flexibilização é mesmo coisa que obrigar o trabalhador a comprar seu emprego, o que é inaceitável", diz o presidente do sindicato, Sérgio Butka, em nota. A entidade defende que a empresa busque "outras saídas", como um Plano de Demissão Voluntária (PDV). Em nota, a Volvo acusou o sindicato de nunca ter colocado a proposta em votação. "A empresa espera que o sindicato dos metalúrgicos apresente a proposta aos funcionários. A entidade conduziu assembleia hoje pela manhã e não colocou a proposta em votação", diz. A montadora ressaltou que mantém o que foi proposto, e que as medidas são uma maneira para evitar demissões na fábrica, em decorrência da acentuada queda nas vendas e da baixa atividade econômica. No Complexo Industrial em Curitiba, a Volvo possui cinco fábricas, onde produz caminhões, ônibus, motores, cabines de caminhões e caixas de câmbio. Segundo a empresa, a fábrica possui cerca de 4,2 mil funcionários. Desse total, aproximadamente 1,5 mil metalúrgicos foram afastados, por bancos de horas, de 24 de abril a 5 de maio, para adequar produção à baixa demanda do mercado.

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