quarta-feira, 13 de maio de 2015

"Malfeitos vêm do governo Lula", diz Fernando Henrique Cardoso


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta quarta-feira, em Nova York, que os atuais casos de corrupção no Brasil têm origem no governo de Lula X9 e defendeu o aprofundamento das investigações em andamento para que o país saiba "a verdade" sobre "quem é responsável pelo quê". "Esses malfeitos vêm de outro governo, isso tem que deixar bem claro. Vêm do governo Lula, começou aí", declarou, após um seminário com empresários e investidores ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O comentário foi feito depois de o tucano afirmar que o impeachment da presidente Dilma Rousseff não pode ser discutido em abstrato e depende da comprovação de vínculo entre o governante e as irregularidades. "Impeachment não é uma questão que se deseja, acontece. E quando é que ele acontece? Quando o povo não aguenta mais e quando há uma ligação concreta entre quem está ocupando o poder e o malfeito", afirmou. No discurso aos empresários, FHC apresentou uma visão otimista do Brasil e ressaltou que não se deve temer crises "eventuais" ou "conjunturais". Em sua avaliação, o país se aproxima de um "entendimento" que pode levar à sua "regeneração". "Nós temos certa capacidade de negociação, de chegar a um certo momento e dizer: 'Não dá. Basta. Nós somos todos brasileiros, vamos nos entender.' Nós estamos chegando a um momento próximo a isso no Brasil", disse. Mas o tucano ressaltou que há condições a serem cumpridas para que isso seja possível. Entre elas, incluiu o aprofundamento das investigações de corrupção e a descoberta "da verdade" sobre os envolvidos. "O País não pode ficar na dúvida sobre quem é responsável pelo quê", afirmou. "Vai chegar o momento em que o Brasil vai quer saber a verdade, o que aconteceu mesmo". O ex-presidente também defendeu a reforma do sistema político, o estabelecimento de consenso sobre medidas para que o país volte a crescer e o respeito às regras democráticas. "Não estou pensando em pactuar com o governo. É preciso que o país se regenere. Não é um acordo da cúpula. É uma mudança da atitude do Brasil", disse quando questionado se a defesa de entendimento não significa compactuar com o governo. "Quanto ao fato de eles tentarem me desconstituir durante doze anos, agora eles têm de morder a língua", acrescentou.

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