quarta-feira, 20 de maio de 2015

Justiça gaúcha manda reabrir inquérito sobre a morte da mãe do menino assassinado Bernardo Boldrini


A Justiça gaúcha determinou nesta quarta-feira (20) a reabertura do inquérito policial que investigou a morte da mãe do menino assassinado Bernardo Boldrini, Odilaine Uglione. Segundo o juiz Marcos Luís Agostini, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Três Passos, "novos elementos e fundamentos apresentados são suficientes para reabertura das investigações". Odilaine foi encontrada morta em fevereiro de 2010 no consultório do médico marido e pai de Bernardo, Leandro Boldrini. O inquérito foi arquivado cerca de dois meses depois a pedido do Ministério Público, após a polícia concluir que ela se matou. Odilaine morreu em decorrência de um tiro e teria deixado uma carta de despedida. Após o assassinato de Bernardo, pela sua madrasta, no entanto, a avó do menino e mãe de Odilaine, Jussara Uglione passou a contestar a versão e chegou a encomendar novas perícias de balística e da grafia da carta que a filha dela teria escrito, que levantaram questionamentos sobre a morte de Odilaine. Com base nesses novos laudos, o Ministério Público fez o pedido à Justiça para que o inquérito fosse reaberto, já que eles apontariam a secretária do consultório como responsável por escrever a carta e apontariam uma terceira pessoa dentro da sala em que Odilaine morreu, além dela e de Leandro. Essa não é a primeira vez que a avó de Bernardo pedia à Justiça a reabertura do inquérito sobre a morte da filha. Em julho de 2014, o mesmo juiz havia negado a reabertura do caso, alegando não haver provas novas. Na ocasião, ele afirmou que Odilaine sofria de depressão e tinha manifestado a intenção de se suicidar. Também afirmou que as lesões pelo corpo foram consequências de tentativas de salvamento após o disparo. Bernardo foi encontrado morto em abril do ano passado em uma cova rasa em um matagal na cidade de Frederico Westphalen, a 80 km de Três Passos, onde ele morava com o pai, a madrasta e a irmã. Ele ficou desaparecido por dez dias antes da localização do corpo. No mesmo dia da localização do corpo, a polícia prendeu pai e madrasta do garoto, além da assistente social Edelvânia Wirganovicz, por suspeita de participar do crime. O irmão de Edelvânia também foi preso posteriormente. O Ministério Público acusa Graciele de ter matado o garoto com uma injeção do sedativo midazolam com a ajuda de Edelvânia. A Promotoria afirma que Leandro não estava na cena do crime, mas foi o "mentor" e "incentivador". Uma motivação apontada pela acusação era a herança deixada pela mãe de Bernardo, Odilaine, que morreu em 2010. Evandro, diz o Ministério Público, contribuiu para o crime ao abrir a cova no matagal dois dias antes da morte. Leandro Boldrini nega desde a época do crime ter tido qualquer participação na morte. Graciele, ao depor na investigação, disse que a morte foi acidental. Contou que deu calmantes ao garoto porque ele estava agitado e que escondeu o cadáver por desespero. Edelvânia diz que Graciele, sozinha, deu comprimidos a Bernardo. Também argumentou que ajudou a esconder o corpo porque sofreu ameaças. 

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