sexta-feira, 8 de maio de 2015

Juiz da Lava-Jato pede a Vaccari esclarecimentos sobre depósitos bancários


O juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, condicionou nesta quinta-feira a revogação da prisão preventiva do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ao esclarecimento da origem dos R$ 583,4 mil depositados na conta de sua mulher, Giselda Rouse de Lima. Os investigadores da Operação Lava-Jato suspeitam que o dinheiro pode ter origem ilícita. “Em vista da louvável disposição da Defesa para esclarecer os fatos e considerando a relevância do ponto para a prisão preventiva, intime-se a Defesa para, querendo, esclarecer os aludidos depósitos em dinheiro de R$ 583.400,00 entre 2008 e 2014 na conta de Giselda Rouse de Lima, aparentemente sem origem comprovada, demonstrando origem e natureza dos valores”, determinou Moro. No final de abril, o advogado de Vaccari, Luiz Flávio Borges D’Urso, entrou com um pedido de revisão da prisão preventiva do petista. O defensor alegou não existir provas que sustentem os depoimentos do doleiro Alberto Youssef e do ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco. Os delatores afirmam que Vaccari operava o pagamento de propina ao PT. D’Urso diz ainda que só a “palavra” do empresário Augusto Mendonça, proprietário da Setal e delator do esquema de corrupção, afirmando que ele o obrigou a depositar recursos conta da Editora Gráfica Atitude “não pode corroborar” contra ele. Vaccari diz ainda através de seu advogado que as movimentações financeiras feitas à sua filha, Nayara Vaccari, e esposa foram legais. Assim como o empréstimo de sua cunhada, Marice Côrrea de Lima, a sua filha é uma relação natural entre “tia e sobrinha”. Além disso, a defesa assinala que Vaccari deixou suas funções de tesoureiro do partido, o que afasta a hipótese da força tarefa da Lava Jato de que no comando dessa secretaria do PT ele poderia interferir na investigação ou até mesmo na instrução dos processos criminais. A Polícia Civil de São Paulo encaminhou aos investigadores da Força Tarefa da Operação Lava-Jato a investigação da origem de R$ 300 mil que um zelador usou para comprar uma casa em Bastos (SP). O comprador é Antônio Carlos Vaccari, irmão do ex-tesoureiro. De acordo com informações da polícia, Antônio não teria renda para comprar o imóvel, Como zelador, ele ganha R$ 1 mil por mês. Em depoimento à Polícia, Antônio disse que ganhou o dinheiro do irmão. A defesa de Vaccari informou que a “doação” foi feita de maneira “absolutamente legal, pois João Vaccari tem caixa suficiente para essa operação, fruto de recebimento pelo seu trabalho”. D’Urso disse que Antônio recebeu R$ 80 mil reais de seu irmão, João Vaccari, como parte da propriedade de uma casa deixada em herança pela mãe deles. O restante, no valor de R$ 170 mil, o ex-tesoureiro petista teria transferido. “Não há qualquer sombra de dúvida quanto à origem lícita desses recursos”, afirmou o advogado em nota. 

Nenhum comentário: