domingo, 17 de maio de 2015

Governador do Rio Grande do Sul anuncia atraso no pagamento de funcionários ao final deste mês

O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), anunciou que no fim deste mês de maior não tem escapatória, ele vai atrasar o pagamento de salários de 27 mil funcionários e, pela segunda vez seguida, não quitará em dia o pagamento da dívida do Estado com a União. Os servidores prejudicados com o parcelamento compulsório dos salários representam 7,7% dos 350 mil funcionários públicos, aposentados e pensionistas gaúchos. A maioria do funcionalismo (92,3%) receberá o pagamento integral em dia, porque ganha menos de R$ 5.100,00 líquidos, limite estabelecido pela Secretaria da Fazenda neste escalonamento. Já para médicos, delegados, capitães, majores e coronéis da Brigada Militar (a PM gaúcha) e o alto escalão serão depositados neste fim de mês apenas R$ 5.100,00 líquidos. O restante do salário, conforme o governo, sai somente no dia 11 de junho. Entre os atingidos pelo parcelamento estão o próprio governador, cujo salário é de R$ 17 mil, e os secretários estaduais, que recebem R$ 19 mil (Sartori recebe menos que seus subordinados porque abriu mão do último aumento no Estado). No mesmo dia 11 de junho, o governo prevê quitar a parcela de R$ 280 milhões da dívida com a União, com quase duas semanas de atraso – por contrato, ela deve ser paga no último dia útil do mês. Em abril, o governo gaúcho já havia atrasado em sete dias o pagamento da parcela à União, com a justificativa de que não poderia atrasar o salário dos servidores. Mas prometeu que, no mês seguinte, iria regularizar a situação. O anúncio de que parte dos servidores não terá o salário integral em dia foi feito na sexta-feira (16) pelo secretário estadual da Fazenda, o deputado federal Giovani Feltes, sem a presença do governador. Feltes deixou claro que não há nenhuma garantia de que, no próximo mês, o pagamento dos servidores será pago sem um novo parcelamento. A folha de pagamento custa mensalmente R$ 980 milhões, o equivalente a 52% do Orçamento gaúcho. Ao parcelar o depósito, a Fazenda estima que deixará para junho entre R$ 80 milhões a R$ 100 milhões de resto de salário dos cargos mais bem remunerados. Com um rombo de R$ 5,4 bilhões, o Rio Grande do Sul acumula uma das maiores dívidas estaduais do País, que equivale a 10% do Orçamento. O débito mensal, incluindo a parcela da União, já chega a R$ 450 milhões. Ao assumir Sartori chegou a suspender pagamentos pendentes da gestão do peremptório "grilo falante" e tenente artilheiro e poeta de mão cheia Tarso Genro (PT) e tem percorrido cidades do Interior para justificar o caos financeiro.

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