terça-feira, 5 de maio de 2015

Executivo do clube das empreiteiras fica calado na Justiça

O empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, ficou em silêncio na tarde desta segunda-feira, 4, diante do juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava Jato. Apontado como "presidente" do clube vip das construtoras que formaram cartel para assumir o controle de contratos bilionários da Petrobrás, Pessoa foi intimado para depor nos autos do processo em que é acusado por corrupção e lavagem de dinheiro. Pessoa foi preso dia 14 de novembro de 2014, quando estourou a Operação Juízo Final, sétima fase da Lava Jato. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal acolheu pedido de habeas corpus do criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende o empreiteiro, e revogou o decreto de prisão preventiva. O STF, por 3 votos a 2, autorizou o empreiteiro a ficar em regime de prisão domiciliar, mas sob monitoramento de tornozeleira eletrônica. A força tarefa da Lava Jato atribui a Pessoa o papel de coordenador do cartel de empreiteiras que pagava de 1% a 3% em contratos da Petrobrás, por meio de diretores indicados pelo PT, PMDB e PP, que tinham como destino partidos e políticos. O prejuízo estimado até agora à estatal petrolífera é de R$ 6 bilhões, desviados entre 2004 e 2014. Nesta segunda feira, 4, Ricardo Pessoa poderia rebater as acusações que pesam contra ele, mas por uma estratégia da defesa ficou em silêncio. “Entendemos que era aconselhável o sr. Ricardo Pessoa se manter em silêncio porque estamos coletando novas provas para mostrarmos sua inocência”, declarou o criminalista Alberto Zacharias Toron: “Até que esses novos elementos estejam maduros optamos por orientar o sr. Ricardo Pessoa a permanecer calado". 

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